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Motoboys prometem reagir às restrições
Categoria articula protestos para pedir fim das proibições anunciadas por Kassab
Limitação de circulação nas marginais pune condutores e é "inconstitucional", na avaliação de três entidades que representam motoboys
RICARDO SANGIOVANNI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os motoboys prometem reagir às medidas anunciadas pelo
prefeito Gilberto Kassab
(DEM). Entre as ações está
proibir as motos de circular pelas pistas expressas da marginal Tietê e Pinheiros.
Duas das três associações
que disputam o posto de representante oficial da categoria em
São Paulo falam em fazer manifestações para, entre outras reivindicações, pedir a revogação
das novas medidas.
"A resposta vai ser dada na
rua", disse Ademir Martins,
presidente do Sindimoto-SP
(Sindicato dos Trabalhadores
Motociclistas de São Paulo).
As três entidades entendem
que a limitação da circulação
nas marginais pune os motociclistas pela insegurança no
trânsito e é "inconstitucional",
pois atacaria o direito de ir e vir.
O apoio de Kassab ao projeto de
lei que proíbe a carona também
foi recebido com críticas.
A faixa exclusiva na av. 23 de
Maio, porém, recebeu elogios.
O Sindicato dos Mensageiros
e Motociclistas de São Paulo
promete um ato público na sexta, em local ainda não definido.
A AMM (Associação dos
Mensageiros Motociclistas)
apoiará o evento. Foi a entidade
que comandou, na semana passada, um protesto que parou a
marginal Pinheiros e causou
trânsito na avenida Paulista. O
ato foi contra o aumento seguro
obrigatório e as novas exigências do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) -entre elas
o uso de capacete certificado.
O Sindimoto-SP também
prepara um ato -para o dia 22.
Os manifestantes percorrerão
o centro antes de decidir, em
assembléia na avenida Paulista,
se farão manifestações-surpresa nas semanas seguintes.
Motociclistas
Não são apenas os motoboys
que foram contrários às novas
ações de Kassab. O motociclista
André Cruz, 34, é gerente de
tecnologia em uma empresa de
informática. Diariamente, ele
atravessa a marginal Pinheiros
em sua BMW de 800 cilindradas, para ir de casa ao trabalho.
A via é, para ele, "uma alternativa para fugir do trânsito
nas vias locais". Entretanto,
não crê que vá gastar mais que
os 30 minutos que já gasta com
a mudança de percurso.
Contrário à limitação nas
marginais, Cruz diz que "a
maioria dos acidentes acontece
quando o motoqueiro muda de
faixa, o que é menos freqüente
no trânsito das vias expressas".
O analista de sistemas Moacir Pappi Jr., 26, que usa uma
Honda Shadow de 600 cilindradas para ir ao trabalho, sugere que sejam criadas faixas
exclusivas nas marginais, em
vez da limitação.
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