São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

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Horas antes de anúncios, Marta diz que país vive "epidemia de fofocas"

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA EM BONITO

Horas antes da confirmação de mais três mortes por febre amarela, a ministra Marta Suplicy (Turismo) disse ontem, em Bonito (MS), que o país sofre, na verdade, de uma "epidemia de fofocas".
"Temos áreas de risco que estão no Centro-Oeste e Norte. Quem quiser visitá-las e não estiver imunizado tem que tomar a vacina e esperar dez dias. O resto é confusão, turbulência, epidemia de fofocas." Em junho, durante a crise aérea, uma frase da ministra causou repercussão negativa entre os brasileiros que enfrentavam problemas nos aeroportos: "Relaxa e goza, porque você esquece todos os transtornos depois".
Para Marta, o país já aprendeu a conviver com a doença. "No ano 2000, tivemos um pico de 85 casos. Agora, estamos com três casos comprovados e 17 suspeitas. Quem não estiver viajando para locais de risco nem precisa tomar vacina."
Vacinada desde 2004, Marta disse que sua visita a Bonito neste momento foi "uma feliz coincidência", pois mostra a ausência de risco para visitantes imunizados. A cidade (300 km de Campo Grande) é um dos mais procurados destinos do ecoturismo no país e foi colocada em alerta depois de uma mulher de 42 anos, que visitou o local, ser internada com febre amarela em São Paulo.
Vestida em um conjunto bege brilhante, ela se embrenhou em trilhas no meio da mata, cruzou pontes de madeira, passeou em um barco a remo, conversou e tirou fotos com turistas e alimentou cardumes.
Convidada pela Secretaria de Turismo local a um mergulho -uma das principais atrações de Bonito-, Marta declinou. Um salão de beleza havia sido preparado em um quarto de hotel, especialmente para atender a ministra após o banho.
Apesar da repercussão negativa do possível foco de febre amarela, Bonito não tem registrado cancelamentos. Segundo o secretário de Turismo, Augusto Barbosa, há apenas adiamentos nos pacotes.
Barbosa não acredita que o caso de São Paulo esteja relacionado à visita à região. "Não há qualquer registro de morte de macacos por aqui."


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