São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

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Não podemos exigir vacina, diz secretária de GO

DA AGÊNCIA FOLHA

Goiás lidera o número de casos de febre amarela por concentrar viajantes que nunca tomaram a vacina e pela alta circulação de vírus na região. É o que afirma a secretária interina da Saúde do Estado, Maria Lúcia Carnelosso. De acordo com ela, a doença deverá se restringir a casos isolados com o fim da temporada de chuvas e com a intensificação da vacinação da população. Leia abaixo a trechos da entrevista concedida à Folha ontem: (FELIPE BÄCHTOLD)

 

FOLHA - Por que Goiás é o principal foco da febre amarela?
MARIA LÚCIA CARNELOSSO -
Pode haver duas explicações. A demanda de pessoas para o Estado de Goiás sem serem vacinadas é maior do que para outros Estados. A outra é que a circulação do vírus [causador da febre amarela] nas matas de Goiás é bem maior do que a registrada em outras regiões. Nós não vamos ter como mudar essa situação. A única coisa que precisa ser mudada é a consciência de cada cidadão. Todas as pessoas que entram no Brasil, em qualquer Estado endêmico, devem estar protegidas com a vacina. Isso [a presença do vírus no Estado de Goiás] sempre teve e sempre terá. Não tem como mudar a circulação do vírus na região de matas e rios.

FOLHA - E o risco de reurbanização da doença?
CARNELOSSO -
Não há nenhuma possibilidade. Nós temos mais de 95% da população do Estado já imunizada contra a febre amarela. Isso confere proteção e impossibilidade da circulação em zonas urbanas.

FOLHA - O Estado pode criar barreiras e impedir o acesso de quem não está imunizado a locais turísticos?
CARNELOSSO -
Eu acho que isso seria arbitrário da nossa parte. O direito de ir e vir da população não pode ser coibido.

FOLHA - Existe uma expectativa de diminuição dos casos da febre amarela?
CARNELOSSO -
Normalmente a virulência que ocorre nas matas é bem maior neste período chuvoso. Quando começa a mudar o clima, entrando na época de estiagem e seca, a virulência acaba reduzida. Conseqüentemente, com a vacinação da população, faremos um controle maior da doença. Isso vai se reduzir a poucos outros casos isolados de pessoas que ainda não tenham sido vacinadas.

FOLHA - A confirmação de novos casos provoca alguma alteração na estratégia de ação da secretaria?
CARNELOSSO -
O que vínhamos fazendo já permitia o controle para que não ocorram mais casos. A Vigilância Epidemiológica vem buscando os não vacinados [para imunização].


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