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Em Cuba, Lula e Temporão negam haver surto no país
Afirmações foram feitas antes dos anúncios de novas mortes; para presidente, não há risco de "febre amarela urbana"
Ministro da Saúde usou o termo "em hipótese alguma" para descartar
a possibilidade de avanço da doença no Brasil
LETÍCIA SANDER
DA ENVIADA A HAVANA
Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o ministro José Gomes Temporão,
da Saúde, negaram ontem em
Cuba a possibilidade de haver
um surto de febre amarela no
Brasil. Temporão chegou a usar
o termo "em hipótese alguma"
para descartar a possibilidade
de um avanço da doença.
Lula e Temporão falaram
com os jornalistas no meio da
tarde em Cuba, antes da confirmação, no Brasil, de mais três
novos casos de pessoas mortas
após terem sido contaminadas
pelo vírus da febre amarela, totalizando cinco vítimas da forma silvestre da doença no país
neste ano.
Após os novos anúncios, a
Folha tentou ouvir novamente
o presidente e o ministro, mas
eles não deram mais entrevistas. A comitiva brasileira visita
a ilha com objetivo de aprimorar as relações econômicas entre os dois países.
"Enquanto o Brasil tiver mata, macaco, mosquito e vírus,
você vai ter a forma silvestre
[do vírus] circulando", afirmou
o ministro da Saúde, em rápida
entrevista concedida no Palácio da Revolução, a sede do governo cubano e do Partido Comunista.
De acordo com ele, entretanto, isso não leva a uma situação
de descontrole porque a febre
amarela tem uma vacina considerada 100% eficaz, e o Brasil é
o maior produtor mundial desse medicamento.
Precaução
O presidente Lula também
descartou haver perigo de "febre amarela urbana" e afirmou
que as pessoas precisam se precaver contra a doença.
"Eu, cada vez que viajo para
um país que tem problema, tomo vacina por precaução. Então acho que as pessoas que vão
para lugar que tem problema
têm que se precaver", afirmou.
No último domingo, o ministro Temporão fez, na televisão,
um pronunciamento em cadeia
nacional no qual já afirmara
que não havia risco de epidemia de febre amarela no Brasil.
Na ocasião, ele destacou que
as suspeitas estão localizadas
e restritas a áreas de matas e
florestas.
Os jornalistas LETÍCIA SANDER e EDUARDO KNAPP voaram da Guatemala para Cuba a convite da Presidência, por causa da ausência de vôos comerciais com horários compatíveis com
a cobertura da viagem do presidente Lula
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