São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

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Em Cuba, Lula e Temporão negam haver surto no país

Afirmações foram feitas antes dos anúncios de novas mortes; para presidente, não há risco de "febre amarela urbana"

Ministro da Saúde usou o termo "em hipótese alguma" para descartar a possibilidade de avanço da doença no Brasil

LETÍCIA SANDER
DA ENVIADA A HAVANA

Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o ministro José Gomes Temporão, da Saúde, negaram ontem em Cuba a possibilidade de haver um surto de febre amarela no Brasil. Temporão chegou a usar o termo "em hipótese alguma" para descartar a possibilidade de um avanço da doença.
Lula e Temporão falaram com os jornalistas no meio da tarde em Cuba, antes da confirmação, no Brasil, de mais três novos casos de pessoas mortas após terem sido contaminadas pelo vírus da febre amarela, totalizando cinco vítimas da forma silvestre da doença no país neste ano.
Após os novos anúncios, a Folha tentou ouvir novamente o presidente e o ministro, mas eles não deram mais entrevistas. A comitiva brasileira visita a ilha com objetivo de aprimorar as relações econômicas entre os dois países. "Enquanto o Brasil tiver mata, macaco, mosquito e vírus, você vai ter a forma silvestre [do vírus] circulando", afirmou o ministro da Saúde, em rápida entrevista concedida no Palácio da Revolução, a sede do governo cubano e do Partido Comunista.
De acordo com ele, entretanto, isso não leva a uma situação de descontrole porque a febre amarela tem uma vacina considerada 100% eficaz, e o Brasil é o maior produtor mundial desse medicamento.

Precaução
O presidente Lula também descartou haver perigo de "febre amarela urbana" e afirmou que as pessoas precisam se precaver contra a doença. "Eu, cada vez que viajo para um país que tem problema, tomo vacina por precaução. Então acho que as pessoas que vão para lugar que tem problema têm que se precaver", afirmou.
No último domingo, o ministro Temporão fez, na televisão, um pronunciamento em cadeia nacional no qual já afirmara que não havia risco de epidemia de febre amarela no Brasil.
Na ocasião, ele destacou que as suspeitas estão localizadas e restritas a áreas de matas e florestas.


Os jornalistas LETÍCIA SANDER e EDUARDO KNAPP voaram da Guatemala para Cuba a convite da Presidência, por causa da ausência de vôos comerciais com horários compatíveis com a cobertura da viagem do presidente Lula


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