São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 2010

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36% das praias analisadas são reprovadas

Além de São Paulo e Santa Catarina, algumas praias do Paraná também foram consideradas impróprias para banho

Agência ambiental de SC afirma que a piora na qualidade da água é provocada pelas chuvas e pelo aumento de turistas


Susi Padilha /Agencia RBS
Turistas na praia dos Ingleses, em Florianópolis, um dos locais badalados que foram considerados impróprios para o banho

ANNA CAROLINA CARDOSO
LUIZA BANDEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Praias de Santa Catarina, São Paulo e Paraná que recebem grande fluxo de turistas nesta época do ano foram consideradas impróprias para banho.
Na faixa de litoral que vai de São Paulo a SC, 36% das praias analisadas por órgãos ambientais nas últimas semanas tiveram pelo menos trechos classificados como inadequados.
Em Florianópolis, foram reprovados pela Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina) trechos de praias badaladas como Jurerê, Canasvieiras e Ingleses.
No Estado de SC, que espera receber 4,6 milhões de turistas até março, segundo a Santur (empresa estadual de turismo), o índice de coliformes fecais na água ultrapassou o tolerado em 60 dos 193 pontos.
Segundo o presidente da Fatma, Murilo Flores, a piora na qualidade da água é comum neste período, provocada pelas chuvas e pelo aumento de turistas. "A rede de esgoto não está preparada para receber um número maior de pessoas."
Flores diz que, neste início de ano, o número de pontos impróprios aumentou em relação ao ano passado em Florianópolis -41% foram reprovados, contra 38% em 2009. A explicação, para ele, está no crescimento do número de turistas, afugentados, no ano passado, pelas enchentes que atingiram o Estado no final de 2008.
Ao contrário das enchentes, a poluição nas praias não está afastando turistas, de acordo com o vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes de Santa Catarina, Estanislau Bresolin.
"Os trechos impróprios não são aqueles que os turistas frequentam, não são as praias inteiras. E, quando isso acontece, há placas para avisar, e o problema é logo resolvido", diz.
A recomendação da Fatma, porém, é que todos fiquem atentos às placas e mergulhem a 400 metros delas. "É comum que o contato com a água poluída cause hepatite A e contaminação por bactérias, que podem causar doenças de pele e diarreia", diz o infectologista Vicente Amato Neto, da USP.

Praias paulistas
Nas praias paulistas, 50 dos 156 locais em que o controle é feito foram considerados impróprios. Entre eles estão praias do Guarujá, Santos, Praia Grande, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, que têm registrado casos de diarreia.
Para Amato, não se pode descartar a possibilidade de que o contato com a água poluída esteja associado ao surto. Segundo ele, é normal que o número de casos da doença aumente no verão. A diferença, agora, é o grande número de casos.
Entre as praias impróprias, estão a Barra do Una e a Barra do Saí, frequentadas por famílias em São Sebastião. Em Ilhabela, a praia da Feiticeira foi reprovada para banho.
No Paraná, Estado em que o índice de contaminação é o mais alto -33 dos 43 pontos checados na última análise foram reprovados- locais turísticos como a Ilha do Mel e a Praia do Leste também foram considerados impróprios em certos trechos.


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