São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 2010

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Policial mata modelo e comete suicídio

Casal discutiu e vizinhos chamaram a polícia, que encontrou os dois ensanguentados no chão da sala

AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL

O policial civil Fernando Henrique Olmacht, 34, e a mulher dele, a modelo Melca Lúcia Gonçalves, 28, foram encontrados baleados na noite de anteontem no apartamento onde moravam, no bairro da Aclimação, na zona sul de São Paulo. Os dois morreram antes da chegada do socorro médico.
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, o policial matou a mulher e se matou em seguida, após discutirem por cerca de uma hora. A modelo havia posado nua para a revista Sexy em 2007, antes de conhecer o futuro marido. A aposentada Anna Maria Olmacht, 65, mãe do policial, diz acreditar que o crime tenha sido motivado por ciúmes.
Colegas de Olmacht- que trabalhou dez anos no Grupo de Operações Especiais e estava no Denarc (departamento de narcóticos) há um ano e dois meses- disseram que, ultimamente, ele reclamava das constantes brigas com a mulher. O casal vivia junto havia 11 meses.
A Polícia Militar recebeu ao menos três chamados de vizinhos do casal anteontem. Em uma das ligações, um dos vizinhos disse ter ouvido sete disparos, por volta de 22h. PMs que estiveram no local afirmaram que foram quatro tiros. Quando chegaram ao apartamento, no 9º andar de um prédio da rua Tenente Otávio Gomes, os policiais encontraram a porta trancada. Ouviram Melca pedindo socorro. A porta foi arrombada. O casal estava ensanguentado no chão da sala. A arma do policial, uma pistola calibre 45, estava ao lado deles.
Ambos ainda estavam vivos. O policial, ferido com um tiro na cabeça, respirava com dificuldades. Melca, apesar de ter sido atingida por três disparos nas costas (um deles perfurou o peito), disse aos PMs que fora baleada pelo marido. O resgate foi acionado, mas eles morreram antes de serem socorridos.
No apartamento, os policiais encontraram uma garrafa de vinho quebrada no chão e o quarto do casal revirado. Dois vizinhos relataram à Folha que o casal brigava com frequência, mas um porteiro do prédio disse não ter percebido comportamento diferente deles.
Ontem, um dos funcionários do prédio disse que o colega do turno da noite recebeu reclamações. A arma do policial e o celular de Melca foram encaminhados para perícia. No telefone, havia registro de ligações para a PM e para familiares, no horário aproximado do crime.
Para a aposentada Anna Maria Olmacht, 65, mãe de Olmacht, o crime foi motivado por ciúmes. "Ele não tinha inimizades. Aparentemente era uma pessoa tranquila, mas no fundo era nervoso. Havia muito ciúmes." Ela conta que o filho era formado em direito, estava há 12 anos na polícia e, antes de atuar no Denarc, tinha trabalhado no GOE (Grupo de Operações Especiais). Já a nora trabalhava em um salão de beleza.

Colaboraram LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online, e ANDRÉ CARAMANTE, da Reportagem Local



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