EDUARDO GERAQUE
ENVIADO AO GUARUJÁ

O presidente da Sabesp, Gesner Oliveira, defendeu ontem a água que a empresa de saneamento do Estado fornece no Guarujá e em toda a Baixada Santista. "Estamos absolutamente tranquilos em relação a isso", disse.
Sobre o surto de diarreia que acomete a cidade, Oliveira disse que não existe "nenhum indício de que o problema está atrelado à falta de saneamento". Uma das possibilidades apontadas por especialistas é que a contaminação pode estar ligada à água da torneira ou a do mar.
O Guarujá, segundo a prefeitura, não trata nem 40% do seu esgoto. A população da cidade mais do que triplica nesta época do ano. Estimativas mostram que a população flutuante da cidade passa de 300 mil para mais de 1,5 milhão de pessoas.
Exatamente para tentar reverter essa situação é que a Sabesp está fazendo grandes obras na região. O próprio presidente da Sabesp admite que esse esgoto não tratado acaba entrando nas redes pluviais e chegando até o oceano. Ontem, mesmo com a bandeira vermelha da Cetesb escrito imprópria na praia das Astúrias, por exemplo, milhares de pessoas estavam na água à tarde.
Segundo Oliveira, com a conclusão de sete estações de tratamento de esgoto na região, e algumas outras obras, o esgoto no Guarujá será praticamente todo tratado (cerca de 95%) até o fim de 2011. O investimento do governo na Baixada Santista será de R$ 1,4 bilhão.
Mas o exemplo visto ontem, em plena praia da Pitangueiras, mostra que existe muito trabalho pela frente. O primeiro teste de um equipamento que percorre os dutos da cidade com uma câmera para verificar sujeira e ligações clandestinas de esgoto deu positivo.
"Neste prédio [em construção, localizado na rua Cavalheiro Nami Jafet, perto da praça central da praia] fizemos o teste de fumaça e vimos que o esgoto dele está ligado à rede pluvial. O que é errado", afirmou Oliveira.


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