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ADMINISTRAÇÃO
Prefeitura de SP pretende criar 'central de divulgação' para melhorar imagem diante do eleitorado
Pitta quer combater crise com publicidade
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
da Reportagem Local
Sem obras e sem dinheiro, o prefeito Celso Pitta anunciou ontem
que pretende mudar a sua imagem
negativa perante a opinião pública
fazendo mais publicidade.
Após uma reunião de quase três
horas com o secretariado municipal, Pitta diagnosticou que, apesar
da crise financeira e da paralisação
de vários setores da administração, o maior problema da prefeitura é de comunicação.
O prefeito disse que resolveu
criar uma "central de divulgação"
dos trabalhos da prefeitura para
mostrar que não há inoperância.
"Concluímos que muitas informações de interesse público não
chegam à população", afirmou
Pitta. "Assim, vamos garantir que
todos possam ter acesso às nossas
realizações positivas."
A prefeitura deve gastar R$ 28
milhões em publicidade (leia texto
nesta página). Quem cuida das
contas da prefeitura é a agência Salles/DMB&B e os mesmos homens
que fizeram a campanha de Pitta e
estão fazendo a campanha de Maluf, Duda Mendonça e Nelson
Biondi.
Arrocho
Antes de anunciar que pretende
intensificar a propaganda do governo, porém, Pitta confirmou aos
secretários que o arrocho vai aumentar neste primeiro semestre.
Na saúde, por exemplo, o secretário Masato Yokota foi informado de que a ordem é economizar
pelo menos 20%. O repasse de verbas às cooperativas do PAS, que
hoje é de R$ 10,96 por usuário em
potencial, será reduzido para cerca de R$ 8.
Também será introduzido um
preço diferenciado para os serviços prestados. Hoje, o valor pago
independe do número de pacientes atendidos e da complexidade
do atendimento. Uma simples
consulta, uma internação ou uma
cirurgia têm o mesmo custo.
Mas a intenção, a partir de fevereiro, é estabelecer preços diferentes para cada tipo de intervenção.
O custo mensal do PAS é de R$ 70
milhões, mas Pitta vai liberar apenas R$ 50 milhões por mês.
Prioridades
Pitta afirma que a manutenção
dos setores sociais está garantida
com atos como a busca por uma
melhor produtividade no PAS e o
aumento de recursos para educação. Além disso, anuncia a retomada de obras do Cingapura.
Apesar do otimismo de Pitta, o
secretário da Habitação, Lair Krahenbuhl, calcula que deve repetir
o desempenho do ano passado,
quando inaugurou cerca de 3.800
apartamentos.
Na campanha, Pitta prometia
entregar 30 mil unidades do Cingapura. Para atingir a meta, deveria entregar 7.500 apartamentos
por ano até o fim da gestão.
O prefeito voltou a citar o programa de demissões voluntárias
para os servidores como uma das
soluções para conter gastos.
Pitta disse que não sabe qual seria a motivação oferecida aos demissionários. Afirmou também
que não possui cálculos de qual seria o custo das demissões.
Entre as medidas para reequilíbrio do caixa estão também a venda de imóveis públicos, o parcelamento de dívidas e uma privatização parcial do Iprem (Instituto de
Previdência do Município).
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