São Paulo, sexta, 16 de janeiro de 1998.



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ADMINISTRAÇÃO
Prefeitura de SP pretende criar 'central de divulgação' para melhorar imagem diante do eleitorado
Pitta quer combater crise com publicidade

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
da Reportagem Local

Sem obras e sem dinheiro, o prefeito Celso Pitta anunciou ontem que pretende mudar a sua imagem negativa perante a opinião pública fazendo mais publicidade.
Após uma reunião de quase três horas com o secretariado municipal, Pitta diagnosticou que, apesar da crise financeira e da paralisação de vários setores da administração, o maior problema da prefeitura é de comunicação.
O prefeito disse que resolveu criar uma "central de divulgação" dos trabalhos da prefeitura para mostrar que não há inoperância.
"Concluímos que muitas informações de interesse público não chegam à população", afirmou Pitta. "Assim, vamos garantir que todos possam ter acesso às nossas realizações positivas."
A prefeitura deve gastar R$ 28 milhões em publicidade (leia texto nesta página). Quem cuida das contas da prefeitura é a agência Salles/DMB&B e os mesmos homens que fizeram a campanha de Pitta e estão fazendo a campanha de Maluf, Duda Mendonça e Nelson Biondi.
Arrocho
Antes de anunciar que pretende intensificar a propaganda do governo, porém, Pitta confirmou aos secretários que o arrocho vai aumentar neste primeiro semestre.
Na saúde, por exemplo, o secretário Masato Yokota foi informado de que a ordem é economizar pelo menos 20%. O repasse de verbas às cooperativas do PAS, que hoje é de R$ 10,96 por usuário em potencial, será reduzido para cerca de R$ 8.
Também será introduzido um preço diferenciado para os serviços prestados. Hoje, o valor pago independe do número de pacientes atendidos e da complexidade do atendimento. Uma simples consulta, uma internação ou uma cirurgia têm o mesmo custo.
Mas a intenção, a partir de fevereiro, é estabelecer preços diferentes para cada tipo de intervenção. O custo mensal do PAS é de R$ 70 milhões, mas Pitta vai liberar apenas R$ 50 milhões por mês.
Prioridades
Pitta afirma que a manutenção dos setores sociais está garantida com atos como a busca por uma melhor produtividade no PAS e o aumento de recursos para educação. Além disso, anuncia a retomada de obras do Cingapura.
Apesar do otimismo de Pitta, o secretário da Habitação, Lair Krahenbuhl, calcula que deve repetir o desempenho do ano passado, quando inaugurou cerca de 3.800 apartamentos.
Na campanha, Pitta prometia entregar 30 mil unidades do Cingapura. Para atingir a meta, deveria entregar 7.500 apartamentos por ano até o fim da gestão.
O prefeito voltou a citar o programa de demissões voluntárias para os servidores como uma das soluções para conter gastos.
Pitta disse que não sabe qual seria a motivação oferecida aos demissionários. Afirmou também que não possui cálculos de qual seria o custo das demissões.
Entre as medidas para reequilíbrio do caixa estão também a venda de imóveis públicos, o parcelamento de dívidas e uma privatização parcial do Iprem (Instituto de Previdência do Município).



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