São Paulo, sexta, 16 de janeiro de 1998.



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PROTESTO
Foi o sexto dia de protesto de ambulantes desde sexta-feira passada; dessa vez, ato foi no Brás (região central), próximo alvo de retirada de barracas
Camelôs jogam ovos e fazem lojas fechar

da Reportagem Local

A cidade de São Paulo teve ontem o sexto dia de protesto de camelôs em uma semana. Dessa vez, a manifestação foi de cerca de 200 ambulantes do Brás (centro), que atiraram ovos contra lojas pela manhã e fizeram o comércio fechar as portas por alguns minutos.
Camelôs do Brás e de São Miguel Paulista (zona leste de SP) vêm promovendo manifestações e obrigando o fechamento de lojas desde a última sexta-feira.
Em São Miguel, a prefeitura retirou, na sexta-feira, 75 barracas de ambulantes da rua Serra Dourada. No Brás, já foi anunciada para os próximos dias a retirada dos camelôs do largo da Concórdia.
Após jogarem ovos e fazerem as lojas baixar as portas, os camelôs do Brás foram até a prefeitura, às 12h, pleiteando uma audiência com o prefeito Celso Pitta.
Os ambulantes ficaram cerca de duas horas em frente à prefeitura, sem serem recebidos por ninguém.
Depois, fizeram outra passeata por ruas do Brás. O comércio voltou a fechar as portas enquanto a passeata passava, mas abriu novamente.
A prefeitura não anunciou quando será a retirada dos camelôs do largo da Concórdia, embora confirme que eles serão removidos.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Economia Informal Afonso José da Silva, 28, os ambulantes pretendem reagir. "Se vierem mexer com a gente, o pau vai comer", afirmou Silva.
De acordo com ele, hoje às 9h haverá uma reunião de líderes de diferentes entidades que representam os camelôs, no auditório da Câmara Municipal.
Da reunião, os ambulantes deverão retirar propostas para apresentar ao secretário das administrações regionais, Alfredo Mário Savelli. Savelli deve receber os representantes dos camelôs em nova reunião, na segunda-feira.
Segundo Silva, caso não haja acordo com o secretário, os camelôs deverão fazer uma grande manifestação, com ambulantes de toda a cidade. "Nós vamos parar São Paulo", afirmou.



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