São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gerenciadoras têm falhas diz secretário

da Reportagem Local

As 14 gerenciadoras dos módulos do do Plano de Atendimento à Saúde se tornaram o foco da ``crise ética'' do sistema e hoje são o principal alvo de denúncias de supostas irregularidades.
As gerenciadoras são empresas privadas -escolhidas sem concorrência- que controlam todas as atividades administrativas e contábeis das cooperativas.
Pelos seus serviços, recebem 6% das verbas da saúde repassadas pela prefeitura aos módulos.
Isso significa que recebem de R$ 80 mil a R$ 380 mil por mês, dependendo do módulo. Devem ter um faturamento entre R$ 720 mil a R$ 4,56 milhões este ano.
O próprio secretário municipal Masato Yokota afirma que essas empresas ``têm apresentado falhas operacionais graves e ineficiência gerencial''.
Das 14 gerenciadoras, 9 são ligadas diretamente a empreiteiras, construtoras ou empresas de engenharia. As demais são ligadas a consultorias técnicas.
Quando essas empresas assumiram suas funções, não tinham nenhuma especialização no gerenciamento de sistemas de saúde.
``Essa foi uma falha, um erro que prejudicou o funcionamento de alguns módulos'', diz Yokota.
Contratos renovados
Apesar disso, o secretário renovou os contratos de serviço com as gerenciadoras por mais um ano.
Isso não significa que contratos assinados não possam ser rescindidos, segundo o secretário.
Ele afirma ainda que muitas delas não estão cumprindo prazos para prestação de contas.
``Queremos resolver estes problemas neste semestre'', diz.
Das seis gerenciadoras procuradas pela reportagem, apenas a Enger, do módulo 8 (Pirituba), se pronunciou sobre denúncias de irregularidades, como a não demonstração de gastos em compras e serviços.
Segundo sua direção, ``todos os gastos efetuados pelo módulo foram devidamente comprovados''.
As 14 gerenciadoras são alvo ainda de uma representação pública que questiona a constitucionalidade de sua autonomia e função.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1996 Empresa Folha da Manhã