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DA REPORTAGEM LOCAL
As misturas alcoólicas viraram
o aditivo preferido das baladas jovens e um problema de ética para
fabricantes e agências de propaganda. Pela lei, as bebidas alcoólicas com teor superior a 13 graus
só podem fazer propaganda no
rádio e na TV entre as 21h e as 6h.
A maioria das "ices" ou misturas alcoólicas fica abaixo de seis
graus, o mesmo teor das cervejas.
Na teoria, poderiam estar na mídia no mesmo horário nobre ocupado pelas cervejas. Na prática, o
Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária)
não deve aprovar essa permissividade. A tendência dos conselheiros é classificar as misturas alcoólicas no mesmo nível de "perigo"
de suas irmãs mais fortes.
Assim, ao ver na telinha um jovem bebendo no gargalo uma
Smirnoff Ice, outros jovens poderiam ser induzidos a achar que
podem fazer o mesmo com a vodca Smirnoff. O mesmo aconteceria com o Johnny Walker One.
O Conar não tem poder de lei
nem de veto, mas suas decisões
costumam ser acatadas por veículos de comunicação e agências de
publicidade. Não oficialmente,
mais de um fabricante de misturas alcoólicas tentou convencer o
conselho a mudar de idéia, mas o
órgão já teria posição firmada.
Se forem enquadradas como
bebida alcoólica, as "ices" passarão a ferir outras normas do Conar. Não poderão associar a imagem ao "desempenho saudável de
qualquer atividade" ou a "idéias
de maior êxito profissional, social
ou sexual". Também não poderão
ser voltadas a menores nem "encorajá-los a beber", como as propagandas em exibição.
(FL e AB)
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