JULIO ABRAMCZYK

Os acidentes e perigos para a saúde são bem conhecidos em vários tipos de trabalho. Entretanto, o serviço doméstico é pouco lembrado como possível fator de risco.
O trabalho desenvolvido nas residências tem alta incidência de acidentes ocupacionais não-fatais, o que indica sua importância em saúde pública, como assinalam na "Revista de Saúde Pública" deste mês, editada pela Faculdade de Saúde Pública da USP, Vilma S. Santana e colaboradores (Andréa M. de Amorim, Roberval Oliveira, Shirlei Xavier, Jorge Iriart e Liliane Belitardo) do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, Salvador, Bahia.
Os autores destacam ser aparente a segurança na execução do serviço doméstico, já que as mulheres se acidentam no trabalho com alta frequência. Os danos aumentam com o tempo de duração da jornada e são provocados principalmente por quedas e queimaduras.
Esses imprevistos não desenvolvem incapacidade permanente, mas promovem afastamento do trabalho de pelo menos duas semanas. A partir do estudo com 1.650 mulheres, foi estimada a incidência anual de acidentes de trabalho doméstico não-fatais em 5%.
Uma observação paralela ao estudo destaca o preconceito e a discriminação social contra as empregadas domésticas e, também, que a maioria delas, apesar de "estar satisfeita" com o trabalho, manifesta desejo de "trocar" de profissão.


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