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Menino de 12 anos mata a avó a facadas no Rio
Segundo a polícia, ele confessou o crime e disse que tinha cheirado solvente de tinta
Chamados por uma testemunha, os PMs chegaram ao garoto quando ele arrastava o corpo enrolado em um cobertor
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Um menino de 12 anos matou a avó a facadas na noite de
anteontem na casa onde moravam, em Japeri (Baixada Fluminense, região metropolitana
do Rio), segundo a polícia. Minutos antes, ainda de acordo
com a polícia, ele havia cheirado solvente de tinta.
A polícia chegou ao garoto no
momento em que arrastava pela rua o corpo da avó de 66 anos,
que estava enrolado em um cobertor. Ao ser indagado pelos
policiais, ele respondeu que havia matado a avó, mas sem motivo. Ele morava com ela havia
cerca de um mês.
Na casa, viviam também a
mãe do jovem, que tem problemas mentais, e um tio. A polícia
suspeita que o garoto esconda o
motivo do crime.
De acordo com o promotor
Ricardo Camparelle, o jovem
agiu com frieza. Antes de matar
a avó a facadas, tentou estrangulá-la. Após cometer o crime,
ele limpou todo o sangue que se
espalhou pela casa e foi à rua
observar se o caminho estava livre para sair com o corpo.
"Apesar de estar sob o efeito
de drogas, ele agiu conscientemente", disse Camparelle,
acrescentando que o uso do solvente teria lhe encorajado a cometer o crime.
Segundo o relato do adolescente à polícia, ele chegou à sua
casa por volta das 18h após deixar uma lan-house (loja de jogos em computador) e começou a cheirar solvente. Em seguida, viu a avó carregando um
travesseiro e indo deitar-se em
um sofá na sala.
De acordo com o depoimento, depois que a avó se acomodou, o jovem tentou sufocá-la
com o travesseiro. Ela caiu no
chão e começou se a debater. O
menino tentou então estrangulá-la e enfiou dois dedos dentro
da garganta dela.
Em seguida, foi a cozinha, pegou uma faca e atingiu a idosa
na barriga. O cabo partiu, com a
lâmina tendo ficado no corpo
da avó. Ele voltou à cozinha, pegou outra faca e golpeou no
pescoço.
Com a avó já morta, o garoto
limpou todo o sangue que se espalhou pela casa e voltou a
cheirar solvente, segundo relatou. Foi até a rua para ver o movimento. Quando retornou à
casa, enrolou o corpo da avó em
um cobertor vermelho e, puxando-o pelos pés, começou a
arrastá-lo pela rua, enquanto
segurava uma garrafa com o
solvente.
Testemunhas
Depois de o adolescente percorrer cerca de 50 metros com
o corpo, um homem em uma
moto o viu e chamou a polícia.
Ele foi abordado pelos PMs
perto de uma passagem de nível quando se preparava para
jogar o cadáver em um valão.
Após confessar o crime, de
acordo com a polícia, o garoto
foi levado para a 63ª Delegacia
Policial onde confirmou mais
uma vez que matou a avó. No
posto policial, recebeu a visita
dos pais adotivos.
Japeri fica a 70 km do Rio e
possui pouco mais de 100 mil
habitantes. É uma cidade-dormitório na região metropolitana do Estado.
Na tarde de ontem, o adolescente foi encaminhado à Justiça. Ele deverá ficar detido no
Instituto Padre Severino, na
Ilha do Governador (zona norte). Como é menor, pode cumprir no máximo três anos de
"medias socieducativas".
O promotor afirmou que o jovem tinha até um plano caso alguém perguntasse pela avó. De
acordo com ele, a idéia do adolescente era dizer ao tio que
morava na casa que ela havia
saído e não tinha hora para retornar. A mãe do jovem não estava na residência da família e
não foi localizada.
Segundo o Ministério Público, o adolescente disse que não
era viciado em solvente (só usava de vez em quando) e que não
tinha problemas de relacionamento com a avó.
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