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SISTEMA CARCERÁRIO
Com o dinheiro gasto para reformar unidades, seria possível construir um CDP com 700 vagas
Rebelião deixa prejuízo de R$ 7 mi ao Estado
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A maior rebelião em presídios
da história do país, organizada
pela facção de presos conhecida
como PCC (Primeiro Comando
da Capital), em São Paulo, custou
até agora cerca de R$ 7 milhões ao
governo do Estado, apenas em reformas de prédios.
Na tarde do último dia 18, grupos de detentos dominaram ao
mesmo tempo 29 prisões, em 19
municípios diferentes, e fizeram
quase 10 mil reféns, entre parentes
de encarcerados e funcionários.
Com o dinheiro gasto para recuperar as unidades, seria possível construir um CDP (Centro de
Detenção Provisória) novo, com
700 vagas, segundo a Secretaria da
Administração Penitenciária, que
estimou os prejuízos com as depredações.
Na Penitenciária do Estado, no
complexo do Carandiru, zona
norte de São Paulo, a secretaria irá
gastar cerca de R$ 1,3 milhão para
reativar todos os pavilhões. Foi
dali que partiram as ordens do
PCC, por meio de telefones celulares, para que as outras prisões se
rebelassem contra o governo.
O cálculo não inclui a reativação
da Casa de Custódia de Taubaté,
no Vale do Paraíba, destruída em
rebelião do PCC no final do ano
passado. Nove pessoas morreram
lá. A reforma, de acordo com a secretária, custou aproximadamente R$ 1,5 milhão.
Além disso, por causa do PCC,
foram movimentados pelo Estado cerca de 700 detentos desde a
megarrebelião, em uma tentativa
de desarticular a facção e aliviar as
prisões mais danificadas. Essas
transferências dependem de escoltas armadas e organização de
comboios, gastos que não estão
na estimativa do governo.
Remoções
Ontem, 120 detentos foram
transferidos do complexo do Carandiru -60 deles da Penitenciária do Estado e o restante da Casa
de Detenção. A tropa de choque
da PM e a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) participaram da ação o dia inteiro.
Entre os transferidos, estão
Marcos Fernandes de Omena, 27,
e Christian de Souza Augusto, 27,
respectivamente Dexter e Afro-X,
que formam o grupo de rap 509-E, vencedor do último Vídeo Music Brasil, da MTV.
Para tentar reduzir os prejuízos,
o governo publicou anteontem
regras que prevêem o desconto do
salário que eles recebem trabalhando nas prisões.
"Não é possível que algumas
facções de presos façam rebeliões
e destruam uma penitenciária,
que é patrimônio público", disse
ontem o governador Geraldo
Alckmin.
Colaborou Sérgio Duran
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