|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÁFIA DA PROPINA
Ex-vereador é acusado de suborno
Garib deixa prisão depois de 107 dias
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-vereador e deputado cassado Hanna Garib foi solto ontem, após passar 107 dias preso e
conseguir uma decisão favorável
do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em um julgamento de um
habeas corpus que havia sido impetrado por seus advogados.
Preso sob a acusação de tentar
subornar testemunhas que apontavam seu envolvimento com a
chamada máfia da propina, Garib
deixou a cela que ocupava no 13º
DP, na Casa Verde (zona norte de
SP), como entrou: calado.
A máfia da propina foi como ficou conhecida a investigação, iniciada em 98, que apontou a existência de um esquema de corrupção na administração paulistana.
As testemunhas que provocaram a prisão de Garib afirmaram
ter recebido oferta de dinheiro para mudar declarações que tinham
dado contra ele, a promotores de
Justiça.
Os advogados do ex-vereador
negam a tentativa de suborno.
Garib nunca falou sobre o caso.
A acusação surgiu após uma
apuração feita pelo Ministério Público em que Garib é acusado de
concussão (extorsão praticada
por funcionário público) e de formação de quadrilha.
Essas acusações constam de denúncia oferecida por promotores
do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) à Justiça.
O fato de o caso ainda não ter sido analisado (acatado ou negado)
pela Justiça é um dos fatores que
levaram o STJ a relaxar a prisão de
Garib, segundo o advogado Carlos Ely Eluf, que defende Garib.
"A jurisprudência brasileira determina que nenhuma pessoa pode ficar presa por mais de 81 dias,
se não houver uma ação penal
contra ela concluída", disse.
O outro fator que ajudou Garib
foi o fato de o STJ ter determinado
que ele, por ser advogado, ficasse
em uma sala sem grades -tecnicamente chamada de sala de Estado maior, em um quartel da Polícia Militar, por exemplo.
Garib continuou em uma cela
comum, que ontem dividia com
outros quatro presos, e acabou favorecido na decisão de ontem, de
acordo com seu advogado.
Segundo o promotor do Gaeco
Roberto Porto, o Ministério Público já contava com a possibilidade de Garib ser solto.
O promotor confirmou ontem
que estourou na Justiça o prazo
para ser iniciado o processo formal contra Garib. A denúncia foi
feita em junho do ano passado.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Saúde: CPI investiga uso de helicóptero para fazer atendimento do PAS Índice
|