São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2001

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SAÚDE

Hospitais e módulos do programa não tinham heliporto

CPI investiga uso de helicóptero para fazer atendimento do PAS

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A CPI do PAS da Câmara Municipal de São Paulo vai investigar o gasto com o aluguel de helicópteros pelo extinto programa municipal de saúde.
De 1996 a 1997, a prefeitura desembolsou R$ 98,7 mil por mês com a locação da aeronave sem que houvesse heliporto nos hospitais e módulos do plano, segundo dados da comissão.
O helicóptero de socorro médico foi apontado na época como a implantação da tecnologia da rede privada no sistema público de saúde. O aparelho, anunciado oficialmente em 15 de abril de 1996, virou símbolo da propaganda do PAS. "Mas não havia heliporto nos hospitais. O helicóptero só serviu para passeio", afirmou o presidente da CPI do PAS, Adriano Diogo (PT). A aeronave deveria fazer remoções e resgates.
Segundo documentos obtidos pela CPI, o aluguel de um helicóptero de uma empresa de táxi aéreo custava R$ 98,7 mil por mês, valor que era dividido entre os 14 módulos que formavam o PAS.
A aeronave foi adotada na gestão Paulo Maluf (PPB). A reportagem não conseguiu falar ontem com a assessoria do ex-prefeito.
A apuração dos custos com o helicóptero faz parte da intenção da CPI de investigar principalmente gastos do período de implantação do PAS. "Nos primeiros seis meses, foram gastos R$ 800 milhões no PAS e mais R$ 450 milhões na secretaria", diz Diogo.
Em depoimento ontem à CPI, o secretário da Saúde, Eduardo Jorge, e o responsável pela transição do PAS para o SUS, Henrique Gonçalves, afirmaram estar preocupados com a dívida das cooperativas do PAS com fornecedores.
De acordo com Gonçalves, as cooperativas que integram o plano devem R$ 260 milhões a mais de 200 fornecedores de medicamentos, material e serviços.
O problema, segundo Gonçalves, é que as empresas começaram a entrar este ano na Justiça para reaver o dinheiro. Ele disse que as cooperativas podem alegar que não têm patrimônio para saldar a dívida, o que pode fazer com que a prefeitura seja responsabilizada porque as cooperativas prestavam serviço ao município.


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