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SAÚDE
Hospitais e módulos do programa não tinham heliporto
CPI investiga uso de helicóptero para fazer atendimento do PAS
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A CPI do PAS da Câmara Municipal de São Paulo vai investigar o
gasto com o aluguel de helicópteros pelo extinto programa municipal de saúde.
De 1996 a 1997, a prefeitura desembolsou R$ 98,7 mil por mês
com a locação da aeronave sem
que houvesse heliporto nos hospitais e módulos do plano, segundo dados da comissão.
O helicóptero de socorro médico foi apontado na época como a
implantação da tecnologia da rede privada no sistema público de
saúde. O aparelho, anunciado oficialmente em 15 de abril de 1996,
virou símbolo da propaganda do
PAS. "Mas não havia heliporto
nos hospitais. O helicóptero só
serviu para passeio", afirmou o
presidente da CPI do PAS, Adriano Diogo (PT). A aeronave deveria fazer remoções e resgates.
Segundo documentos obtidos
pela CPI, o aluguel de um helicóptero de uma empresa de táxi aéreo
custava R$ 98,7 mil por mês, valor
que era dividido entre os 14 módulos que formavam o PAS.
A aeronave foi adotada na gestão Paulo Maluf (PPB). A reportagem não conseguiu falar ontem
com a assessoria do ex-prefeito.
A apuração dos custos com o
helicóptero faz parte da intenção
da CPI de investigar principalmente gastos do período de implantação do PAS. "Nos primeiros seis meses, foram gastos R$
800 milhões no PAS e mais R$ 450
milhões na secretaria", diz Diogo.
Em depoimento ontem à CPI, o
secretário da Saúde, Eduardo Jorge, e o responsável pela transição
do PAS para o SUS, Henrique
Gonçalves, afirmaram estar preocupados com a dívida das cooperativas do PAS com fornecedores.
De acordo com Gonçalves, as
cooperativas que integram o plano devem R$ 260 milhões a mais
de 200 fornecedores de medicamentos, material e serviços.
O problema, segundo Gonçalves, é que as empresas começaram a entrar este ano na Justiça
para reaver o dinheiro. Ele disse
que as cooperativas podem alegar
que não têm patrimônio para saldar a dívida, o que pode fazer com
que a prefeitura seja responsabilizada porque as cooperativas prestavam serviço ao município.
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