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SAÚDE
Ocorrências neste ano já são 6; o mosquito Aedes Aegypti estaria entrando pelas rodovias que ligam norte do Estado
São Paulo tem mais quatro casos de dengue "local"
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais quatro casos de dengue
autóctone (quando a doença é
contraída na região) foram confirmados ontem na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São
Paulo. Os pacientes estavam no
mesmo grupo de pessoas suspeitas de terem contraído a doença
em meados de fevereiro e cujos
resultados estão sendo conhecidos agora.
Com esses, são seis os casos
confirmados este ano, todos nesta
semana. A última ocorrência de
dengue autóctone, na cidade de
São Paulo, tinha sido registrada
dois anos atrás.
Eduardo Jorge, secretário municipal da Saúde, disse que todos
os pontos suspeitos de abrigar o
mosquito na região norte e proximidades já foram visitados e os
moradores contatados.
A maior preocupação, segundo
o secretário, é com o número de
casos importados, que passou de
85 para 107 nos últimos dois dias
apenas na região norte da cidade.
É o crescimento desses casos
-quando o morador é picado
em outro Estado ou região- que
pode ampliar a epidemia, inclusive de dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença.
Essa forma ocorre quando uma
mesma pessoa é picada por mosquitos portadores de sorotipos diferentes do vírus da dengue. Em
algumas regiões do Estado, como
a de Barretos, os sorotipos 1 e 2 foram identificados nos pacientes.
Eduardo Jorge acredita que a
dengue esteja chegando a São
Paulo pelas rodovias que ligam as
regiões onde a epidemia já está
instalada, no interior e outros Estados. Essa tese explicaria porque
as zonas ao norte da capital
-além de regiões e municípios
vizinhos como Perus, Osasco e
Barueri- concentrariam maior
número de focos do Aedes aegypti. Na região norte, foram 1.230 focos localizados no ano passado.
Para conter a doença, ou ao menos reduzir seu impacto, órgãos
da prefeitura e do Estado estão
tentando barrar o mosquito nas
portas de entrada da região norte.
Quarta-feira à noite, mais de
200 representantes de moradores
se reuniram na Maternidade Vila
Nova Cachoeirinha para operação conjunta com as autoridades.
Combate terceirizado
O secretário Eduardo Jorge disse que manterá o consórcio que
combate o Aedes em São Paulo
até o final do próximo mês, quando termina o contrato. "Só então
veremos se a terceirização será
mantida ou se a prefeitura assume
as operações."
Em quase todo o país, as ações
de combate ao mosquito foram
prejudicadas no segundo semestre do ano passado, quando o Ministério da Saúde mudou as regras do repasse de verbas.
Em São Paulo, os serviços foram
reduzidos porque a prefeitura
atrasou o pagamento mensal de
R$ 1,2 milhão nos meses de setembro a dezembro.
"Em janeiro, o consórcio me
procurou dizendo que interromperia os serviços", disse Eduardo
Jorge. "Acertamos setembro e pagamos janeiro em dia. O resto da
dívida vai para o bolo dos atrasados deixado pela administração
passada."
Barretos
O presidente da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Mauro
Ricardo Costa, admitiu ontem
que a auditoria realizada em Barretos constatou irregularidades
no programa de combate à dengue no município.
Segundo Costa, dois aspectos já
estão no relatório preliminar: não
houve a visitação de casa em casa
a cada bimestre e não houve trabalho de conscientização da população. Barretos vive uma epidemia da doença, com 1.727 casos.
O prazo para entrega do relatório final da auditoria ainda não está definido.
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