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Isolados por seca do rio recebem cestas básicas
Força Aérea e governo local ajudam vítimas do baixo nível do rio Negro
Famílias de São Gabriel da
Cachoeira e Santa Isabel do
Rio Negro, as mais afetadas
pelo fenômeno, estão
recebendo as cestas básicas
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O baixo nível do rio Negro levou o governo do Amazonas e a
FAB (Força Aérea Brasileira) a
distribuir cestas básicas a comunidades locais. Ontem, foi
concluída a distribuição de
2.400 cestas para famílias de
São Gabriel da Cachoeira (858
km a oeste de Manaus), que ficaram isoladas pela seca do rio,
no norte do Estado.
A população do município gira em torno de 34 mil pessoas
(90% são indígenas).
Hoje, o governo inicia a entrega de mais 2.000 cestas no
município vizinho, Santa Isabel do Rio Negro -7.000 moradores-, onde as famílias também foram atingidas pelo desastre ambiental. Os dois municípios tiveram decretos de situação de emergência homologados pelo governador Eduardo Braga (PMDB).
A operação, segundo o secretário de Governo, José Melo,
custou R$ 500 mil e permitiu
ativar o plano da Defesa Civil
para atender a população.
Em 2005, durante a seca nos
rios Solimões e Madeira, o governo levou 30 dias para atender 90 mil famílias. "Estamos
com um planejamento estratégico pronto para qualquer situação", disse o secretário.
A seca atual no rio Negro,
afirmou Melo, é um fenômeno
atípico, "que não acontecia há
33 anos na região".
Segundo a FAB, a logística
para levar alimentos às comunidades mais remotas, situadas
na fronteira com a Venezuela e
Colômbia, envolveu oito aeronaves, incluindo helicópteros, e
cerca de 300 militares. Foram
transportadas 227 toneladas de
cargas, entre cestas básicas,
combustível e equipamentos.
Segundo especialistas, a seca
no rio Negro foi resultado da
ação do fenômeno climático El
Niño (aquecimento das águas
do Pacífico leste), que ficou ativo até fevereiro.
Na região, começou a chover
na primeira semana de março,
mas o volume ainda é insatisfatório. Com chuvas escassas, o
rio Negro continua com seu nível baixo para navegação.
O observador meteorologista
do Inmet (Instituto Nacional
de Meteorologia) em São Gabriel, Jorge Pereira, afirmou à
reportagem que até ontem choveu apenas 53,8 mm- 241,6
mm é a média mensal.
O nível do rio Negro subiu
1,76 m, mas ainda está a três
metros do nível normal, que é
de cerca de 8 m. "O nível do rio
Negro não facilita a navegação
dos barcos, que trazem cargas
de Manaus. Por isso eles continuam parando a 40 km do porto da cidade", disse Pereira.
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