São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2007

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Isolados por seca do rio recebem cestas básicas

Força Aérea e governo local ajudam vítimas do baixo nível do rio Negro

Famílias de São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro, as mais afetadas pelo fenômeno, estão recebendo as cestas básicas

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O baixo nível do rio Negro levou o governo do Amazonas e a FAB (Força Aérea Brasileira) a distribuir cestas básicas a comunidades locais. Ontem, foi concluída a distribuição de 2.400 cestas para famílias de São Gabriel da Cachoeira (858 km a oeste de Manaus), que ficaram isoladas pela seca do rio, no norte do Estado.
A população do município gira em torno de 34 mil pessoas (90% são indígenas).
Hoje, o governo inicia a entrega de mais 2.000 cestas no município vizinho, Santa Isabel do Rio Negro -7.000 moradores-, onde as famílias também foram atingidas pelo desastre ambiental. Os dois municípios tiveram decretos de situação de emergência homologados pelo governador Eduardo Braga (PMDB).
A operação, segundo o secretário de Governo, José Melo, custou R$ 500 mil e permitiu ativar o plano da Defesa Civil para atender a população.
Em 2005, durante a seca nos rios Solimões e Madeira, o governo levou 30 dias para atender 90 mil famílias. "Estamos com um planejamento estratégico pronto para qualquer situação", disse o secretário.
A seca atual no rio Negro, afirmou Melo, é um fenômeno atípico, "que não acontecia há 33 anos na região".
Segundo a FAB, a logística para levar alimentos às comunidades mais remotas, situadas na fronteira com a Venezuela e Colômbia, envolveu oito aeronaves, incluindo helicópteros, e cerca de 300 militares. Foram transportadas 227 toneladas de cargas, entre cestas básicas, combustível e equipamentos.
Segundo especialistas, a seca no rio Negro foi resultado da ação do fenômeno climático El Niño (aquecimento das águas do Pacífico leste), que ficou ativo até fevereiro.
Na região, começou a chover na primeira semana de março, mas o volume ainda é insatisfatório. Com chuvas escassas, o rio Negro continua com seu nível baixo para navegação.
O observador meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) em São Gabriel, Jorge Pereira, afirmou à reportagem que até ontem choveu apenas 53,8 mm- 241,6 mm é a média mensal.
O nível do rio Negro subiu 1,76 m, mas ainda está a três metros do nível normal, que é de cerca de 8 m. "O nível do rio Negro não facilita a navegação dos barcos, que trazem cargas de Manaus. Por isso eles continuam parando a 40 km do porto da cidade", disse Pereira.


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