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OPINIÃO
Assistência à criança
MAURICIO NAJAR
Vários atos e iniciativas na administração pública, muitas vezes,
dependem exclusivamente de
criatividade e vontade de realizá-las. Medidas simples, de custos
quase desprezíveis, têm alcance
enorme, beneficiando milhares e
milhares de pessoas.
Recentemente, implantamos o
Programa de Inserção da Criança
Portadora de Deficiência na Rede
de Creches, que está atendendo
crianças de até 7 anos portadoras
de deficiência física, mental, sensorial ou múltipla nas 718 creches
municipais, com prioridade para a
matrícula, até o limite de 5% da
capacidade de atendimento. Tudo
com custos baixíssimos.
Outra iniciativa implantada pela
secretaria foi a de estender para até
6 anos e 11 meses de idade o atendimento de crianças nas creches
municipais e conveniadas. A Lei
de Diretrizes e Bases da educação
nacional estabelece que a educação infantil será oferecida em creches ou entidades equivalentes para crianças de até 3 anos.
Em consequência dessa lei, as
mães que necessitavam trabalhar
não tinham onde deixar os seus filhos de 4 até 7 anos incompletos.
Nessa faixa etária, elas têm que
frequentar as Escolas Municipais
de Educação Infantil, cujo turno é
de quatro horas apenas.
Todos nós sabemos a intensidade com que o desemprego atinge
os lares brasileiros, obrigando
quase todos os membros da família a procurar alguma forma de
trabalho, mesmo eventual. Mães
são obrigadas a deixar os filhos pequenos e ir em busca de algum dinheiro para completar a renda familiar. Jovens abandonam os estudos e vão em busca de emprego.
As queixas contra a falta de atendimento para crianças acima de 4
anos nas creches eram numerosas.
É inconcebível que se dê assistência a uma criança de 0 até 3 anos e
11 meses para depois abandoná-la.
Essa criança sem assistência fatalmente irá para a rua, pelo simples fato de a mãe não ter onde
nem com quem deixá-la. Era uma
situação muito delicada, que exigia solução conciliatória e eficaz.
Diante do problema, o prefeito
Celso Pitta, eu e o secretário municipal da Educação, Ayres da Cunha, assinamos, em outubro, portaria estendendo para até 7 anos
incompletos o atendimento de
crianças. A iniciativa beneficiou,
de imediato, 23 mil crianças, que
seriam colocadas fora das creches
ao completar 4 anos de idade.
Agora, as crianças de até 6 anos e
11 meses permanecem nas creches, em classes destacadas, das
Escolas Municipais de Educação
Infantil, utilizando toda a infra-estrutura da própria creche (alimentação, funcionários e dependências), com atendimento de dez horas. Assim, as mães vão ter tranquilidade para trabalhar.
Nas creches, as crianças serão
atendidas pelos professores da Secretaria da Educação -portanto,
com orientação pedagógica. A medida representa o reconhecimento
do valor da mulher que trabalha e
a solução do problema maior, que
é a permanência da crianças na
creche durante período integral.
Mauricio Najar, 63, é secretário municipal da
Família e Bem-Estar de São Paulo.
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