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CPI vai manter sigilo sobre depoimentos
da Reportagem Local
O nome de pessoas que vão depor na CPI da máfia, a partir da
próxima quinta-feira, vão ser
mantidos em sigilo por receio de
que elas sejam ameaçadas.
A decisão foi tomada ontem,
quando também ficou acertado
que a apuração vai começar pelas
regionais Penha e Sé.
As medidas foram anunciadas
após reunião dos vereadores que
integram a comissão com promotores e delegados que já investigam
as denúncias de corrupção envolvendo órgãos da prefeitura.
A regional Penha é controlada
politicamente por Vicente Viscome (sem partido).
Na Sé, o controle pertence ao ex-vereador e atual deputado Hanna
Garib (PPB).
"Foi um acordo consensual",
disse o vereador José Eduardo Cardozo, que comanda os trabalhos
da comissão.
Na CPI, três dos cinco vereadores
pertencem à base governista, da
qual Garib e Viscome fazem parte.
A decisão de a investigação começar por duas regionais, segundo
Cardozo, foi um acordo para que
os trabalhos da CPI não prejudiquem as investigações que estão
sendo feitas pelo Ministério Público e pela polícia.
Na prática, a CPI vão apurar o
que já foi investigado pelo Ministério Público e delegados.
A diferença é que a comissão vai
enfatizar, na sua apuração, a possibilidade de vereadores ou outros
políticos e até servidores estarem
envolvidos em um esquema de
corrupção.
O objetivo é investigar possíveis
infrações político-administrativas,
que podem levar, por exemplo, à
cassação de um vereador.
Esse aspecto das denúncias, segundo Cardozo e advogados ouvidos pela Folha, não é levado em
consideração nas investigações
que estão sendo feitas pela polícia e
pelo Ministério Público.
Protesto
A reunião de ontem entre os integrantes da CPI, promotores e delegados começou com um protesto
da vereadora Anna Martins (PC do
B).
Ela contestou decisão da comissão de limitar a participação na
reunião de ontem à tarde a seus integrantes.
Durante a reunião, segundo os
integrantes da CPI, os promotores
do Ministério Público e os delegados, relataram o andamento das
investigações que estão fazendo e
discutiram os rumos da investigação da CPI.
"Não soube nada que já não sabia", disse o vereador Wadih Mutran (PPB), sobre o relato dos promotores.
Ele disse que a comissão ainda
não recebeu os relatórios sobre os
depoimentos tomados pela polícia
e promotores desde que a investigação começou, em dezembro
passado.
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