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MEDICAMENTOS
Dois novos remédios contra disfunção erétil são aprovados pelo Ministério da Saúde
Viagra ganha novos concorrentes
AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local
Duas novas drogas orais contra
disfunção erétil ou impotência sexual foram aprovadas na última
sexta-feira pelo Ministério da Saúde. Em três meses, devem estar nos
balcões das farmácias.
Num mercado onde o Viagra reinou sozinho por quase um ano, a
chegada de dois "primos" de uma
só vez chama a atenção. A previsão
dos especialistas -em urologia e
em mercado- é que haverá lugar
para todos. Projeção feita a partir
de um grande estudo norte-americano de 1994 indica que 100 milhões de homens têm ou tiveram
alguma disfunção erétil. No Brasil,
seriam de 15 a 17 milhões de homens entre 40 e 70 anos.
Os dois novos medicamentos
utilizam o princípio ativo da substância fentolamina, empregada até
os anos 70 como remédio para hipertensão pela Ciba. Agora, a mesma substância está sendo lançada
por dois laboratórios com indicação para impotência: a Regitina,
do laboratório Novartis, e o Vasomax, pelo Schering-Plough.
A atuação da Regitina e do Vasomax é diferente do Viagra, cuja
droga de ação é o sildenafil. O sildenafil bloqueia a fosfodiesterase,
enzima que impede a ação de um
neurotransmissor conhecido como GMP cíclico, responsável pelo
relaxamento da musculatura lisa
do pênis. Sem a ação da enzima, os
vasos dilatam, há mais sangue no
pênis e mais ereção.
Já a fentolamina inibe a ação da
noradrenalina, um hormônio produzido em situações como medo e
estresse. Ao conter esse hormônio,
a droga leva a uma vasodilatação,
resultando em maior irrigação e
consequente ereção.
O Vasomax já foi lançado no México e está em fase de aprovação
pelo FDA, órgão norte-americano
que controla alimentos e medicamentos. A Regitina já está à venda
na Argentina e também aguarda
aprovação do FDA.
A cartela com quatro comprimidos do Vasomax deve custar entre
R$ 54,00 e R$ 57,00, preço equivalente ao do Viagra. A Regitina ainda não tem preço determinado.
Como os três medicamentos são
vendidos sob receita, caberá ao
médico indicar o melhor para seu
paciente. O que não impede que os
laboratórios façam a sua campanha. Os dois recém-chegados lembram que o Viagra apresentou
problemas em pacientes com angina que se medicam com nitratos.
Esta contra-indicação, aliás, aparece na bula do remédio. "Por causa de sua rapidez na absorção e na
eliminação, nenhum efeito colateral foi registrado com o Vasomax",
diz Marcelo Lima, diretor médico
da Schering-Plough.
Já a Pfizer, que produz o Viagra,
afirma que a eficácia de seu medicamento é muito maior que a dos
concorrentes. "Todos os estudos
com o Viagra mostram uma eficácia de 70% a 80%", diz Valdair Pinto, diretor médico da Pfizer,
Para Ronaldo Damião, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, novas drogas contra disfunção erétil são bem-vindas. "Hoje,
um paciente sob cuidados médicos
não tem mais porque sofrer desse
mal", afirma.
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