São Paulo, Terça-feira, 16 de Março de 1999
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SAÚDE Salvador e Feira de Santana têm dois casos
Cachaça é suspeita de novas mortes na BA

LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

A Secretaria da Saúde de Feira de Santana (BA) começou a investigar ontem a morte do vigilante Antonio Alves Santana.
O vigilante morreu 40 minutos depois de tomar duas doses de cachaça em um bar da periferia do município (108 km de Salvador).
Antes mesmo da divulgação dos resultados dos laudos, os técnicos da Secretaria da Saúde de Feira de Santana acreditam que a cachaça ingerida pelo vigilante estava contaminada por metanol.
Antonio Alves de Santana morreu antes de ser atendido pelos médicos. Após tomar a aguardente, ele apresentou os sintomas de intoxicação alcoólica -pressão alta, cegueira, vertigem e dor de cabeça.
Até ontem, a Secretaria da Saúde da Bahia não tinha divulgado os resultados dos exames realizados para apurar a morte da doméstica Sandra Augusta dos Santos.
A vítima morreu no último fim-de-semana, em Salvador, após ingerir cinco doses de cachaça comercializada em uma feira livre da capital baiana.
O produto não tinha rótulo e era comercializado sem nota fiscal. Comerciantes de duas feiras livres de Salvador informaram aos fiscais da Vigilância Sanitária que compraram o produto de um revendedor de Amélia Rodrigues (80 km de Salvador).
Os fiscais da Vigilância Sanitária acreditam que o mesmo distribuidor também vendeu a cachaça para donos de bares e restaurantes de Feira de Santana.
Somente nas últimas três semanas, a cachaça contaminada por metanol já provocou a morte de 35 pessoas em dez cidades do Estado, segundo informações da Secretaria da Saúde do Estado.
Os resultados dos exames realizados no produto revelaram que a cachaça continha metanol em proporção 500 vezes superior à capacidade de absorção do organismo.
Até o final da tarde de ontem, o comerciante Carlos Andrade, acusado de ser o fabricante da cachaça contaminada, não tinha se apresentado à Justiça de Ibicuí.


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