|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMBIENTE
Empresa não entregou no prazo dados sobre a situação da água e do solo na Vila Carioca; multinacional pede mais tempo
Cetesb decide aplicar multa diária a Shell
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde ontem, a Shell do Brasil
tem de pagar diariamente à Cetesb (agência ambiental do governo paulista) uma multa de R$
11.490 por não ter cumprido os
prazos de entrega da avaliação da
qualidade das águas subterrâneas
e do solo no entorno residencial
de sua base de combustíveis na
Vila Carioca (zona sul de SP).
O laudo foi requisitado há sete
meses e, por não o ter apresentado no prazo inicial, a multinacional já havia sido multada em R$
195,3 mil em março.
A multa diária vale até que a
Shell entregue os laudos exigidos
-que são essenciais na determinação da exata dimensão da contaminação e, consequentemente,
das medidas de remediação adequadas a serem adotadas.
Desde que o caso começou a ser
investigado pelo Ministério Público, em 1993, é a quarta multa da
Shell por não-cumprimento das
exigência da Cetesb (as três anteriores somam R$ 375,5 mil). A
empresa não pagou nenhuma e
recorre de todas, mas não disse se
fará o mesmo dessa vez.
Shell e Cetesb são rés numa ação
civil pública por causa da contaminação na Vila Carioca e da demora na recuperação da área, em
cujos subsolo e lençol subterrâneo estão produtos tóxicos (pesticidas e resíduos da limpeza de
tanques de combustível).
Por meio de nota, a Shell disse
ter encaminhado à Cetesb um relatório de avaliação ambiental
com um plano de remediação para a base e seu entorno -atendendo também à solicitação do
Centro de Vigilância Sanitária,
que precisa do documento para
definir as ações de saúde necessárias aos moradores da região.
"Esses documentos serão complementados pela análise de risco
(...) que se trata do maior e mais
completo estudo ambiental já
produzido a respeito de uma área
específica da cidade de São Paulo.
A esse respeito, a Shell já havia solicitado, no dia 7 de abril, (...) a
prorrogação do prazo de entrega
(...)", afirma a nota. Para a Cetesb,
os documentos, que estão sendo
avaliados pela Vigilância Sanitária, não atendem às exigências.
Paulínia
A Justiça de Paulínia (interior de
São Paulo) determinou anteontem que a Shell custeie o plano de
saúde e a compra de medicamentos de dois ex-funcionários de sua
antiga fábrica de pesticidas na cidade. Cada um receberá R$ 600
por mês, enquanto durar o processo. A Shell informou, por meio
de sua assessoria de imprensa,
que não foi notificada da decisão,
mas que considera legítimo que
ex-funcionários reivindiquem
seus direitos.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Solto diretor de companhia que poluiu rios Índice
|