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AMBIENTE
Grande SP teve no ano passado mais dias com o poluente em excesso no ar; motocicleta é considerada "vilão"
Aumenta poluição por monóxido de carbono
DA REPORTAGEM LOCAL
O relatório anual da qualidade
do ar de 2003, divulgado ontem
pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), do governo paulista, mostrou
um aumento de ocorrências de
excesso de monóxido de carbono
(CO) e uma redução nas de ozônio (O3) e de partículas inaláveis
(PI) em relação ao ano anterior.
Enquanto em 2002 houve excesso de monóxido de carbono em 16
dias na Grande São Paulo, em
2003 isso ocorreu durante 22 dias.
Altos níveis do poluente podem
causar danos à saúde como os
problemas de reflexos, de aprendizado, de trabalho e de visão.
No ano passado, São Caetano
do Sul teve o pior resultado, com
dez ultrapassagens. Em seguida
estão Congonhas e o centro de
Santo André (ambos com cinco) e
o centro de São Paulo (dois).
Para a Cetesb, a evolução do número de ultrapassagens está ligada ao clima. Durante um terço do
ano, as condições meteorológicas
foram "desfavoráveis para a dispersão da poluição". Segundo a
companhia, 41 dias -contra 30
dos anos anteriores- apresentaram condições totalmente impróprias para a boa qualidade do ar.
"Em 2003, nós tivemos um inverno completamente seco, ruim
para a dispersão da poluição. O
período foi de maio a setembro",
explicou o diretor-presidente Rubens Lara.
Lara citou ainda as motos como
"vilões" da boa qualidade do ar.
"Enquanto um carro novo emite
0,40 gramas de monóxido de carbono por quilômetro, uma moto
nova joga 6,25 g/km. A motocicleta polui 15 vezes."
No ano passado, as motos foram responsáveis por 14,6% do
monóxido de carbono jogado no
ar. Foi o único grupo de agentes
poluentes que teve sua participação aumentada nos últimos dois
anos, enquanto todos os outros
-carros a gasolina e a álcool, veículos a diesel e indústrias- tiveram sua participação diminuída.
Em 2001, as motocicletas foram
responsáveis por 12,9% da poluição por monóxido de carbono.
Em 2002, esse número subiu para
13,8% e em 2003, para 14,6%.
De acordo com Jesuíno Romano, gerente da Divisão de Qualidade do Ar da Cetesb, há cerca de
6 milhões de carros na região metropolitana de São Paulo e 430 mil
motocicletas. A poluição acontece
porque as motos rodam 6 vezes
mais que os carros durante sua vida útil. "É um meio de serviço
mais rápido."
Ozônio
Embora tenha apresentado um
resultado menor em 2003, em relação a 2002 (72 ultrapassagens
contra 82), o ozônio é o elemento
que mais excede o padrão em todas as estações medidoras da
companhia em diferentes épocas
do ano. No ano passado, 18 das ultrapassagens foram registradas
em fevereiro. Já em 2002, 22 delas
aconteceram em outubro. De
acordo com a Cetesb, "ainda não
é possível estabelecer uma tendência" para o elemento.
Para a saúde, o alto nível de ozônio pode causar irritação nos
olhos e vias respiratórias e a diminuição da capacidade pulmonar.
A exposição a grandes quantidades do poluente pode causar ainda sensação de aperto no peito,
tosse e chiado.
Na capital paulista, as regiões
que tiveram mais ultrapassagens
de padrão de ozônio foram Santo
Amaro (14), Mauá (13), Ibirapuera (12) e Santana (dez). O relatório
aponta que "muitos dos dias de
altas concentrações são fins de semana" e que isso poderia mostrar
uma ineficiência do rodízio de
veículos na cidade.
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