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MORTE EM PERDIZES
Segundo Domingos Andrade, sua mulher falou em possível coação por temer repercussão do caso
Vigia confirma ter visto Gil sair da casa
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O vigia de rua Domingos Ramos
Oliveira Andrade, 39, confirmou
ontem ao Ministério Público ter
visto Gil Grecco Rugai, 21, sair da
casa do pai, o empresário Luiz
Carlos Rugai, 40, cerca de dez minutos após ouvir tiros no local e
deu novos detalhes do caso. Andrade, principal testemunha da
investigação, está sob proteção
policial desde anteontem.
Rugai e a mulher dele, Alessandra, 33, foram mortos a tiros em
casa, em Perdizes (zona oeste de
SP), por volta das 21h do dia 28 de
março. Principal suspeito, Gil teve
prisão temporária de 15 dias decretada pela Justiça, prazo que
vence na próxima terça-feira.
Uma suspeita de que Andrade
teria sido coagido pela polícia no
primeiro depoimento foi o principal argumento usado no pedido à
Justiça de revogação da prisão
temporária, protocolado ontem
pelos advogados de Gil.
A decisão do juiz Cassiano Ricardo Zorze Rocha, do 5º Tribunal do Júri -que só será dada depois de um posicionamento do
Ministério Público- deve sair
nos próximos dias.
Segundo o advogado Fernando
José da Costa, a polícia não tem
provas contra Gil e o depoimento
do vigia é contraditório. No pedido de revogação de prisão, Costa
citou gravação da mulher do vigia, divulgada pelo "Fantástico",
da TV Globo, na qual ela sugere
que o marido foi coagido pela polícia a falar que viu Gil sair da casa
na noite do crime.
Ontem, porém, Andrade confirmou à promotora Mildred Gonzalez Campi, designada para
acompanhar o caso, o que já dissera à polícia. Segundo ele, sua
mulher falou da possível coação
porque ficou com medo da repercussão do caso.
Andrade afirmou à promotora
que, na conversa divulgada, sua
esposa falou por telefone com
uma mulher que ligou para sua
casa e se identificou como sendo
da Corregedoria da Polícia Civil.
No novo depoimento, ocorrido
ontem à tarde, no Fórum da Barra
Funda (zona norte de SP), o vigia
confirmou que viu Gil e o outro
jovem saindo pelo portão dos
fundos da casa das vítimas. Para a
promotora, Andrade descreveu a
cena em detalhes. O segundo depoimento foi acompanhado por
dois advogados.
O vigia disse que saiu da guarita
ao ouvir os tiros na casa de Rugai.
Da calçada, do outro lado da rua,
afirmou ver Gil e outro jovem
saindo da casa. Com medo, Andrade diz que entrou novamente
na guarita e, dali, afirma ter visto
os dois suspeitos passarem. A defesa sustentava que o vigia não tinha condições de enxergar pessoas saindo da casa de dentro da
sua guarita.
Andrade diz não ter dúvidas de
que se tratava de Gil, pois trabalhava de vigia no local há oito
anos. Segundo Andrade, o filho
mais velho de Rugai vestia calça
social, camisa, suspensórios e
uma capa amarela. Ele não consegue identificar o outro suspeito.
A promotora de Justiça deve
concluir até hoje à tarde o seu posicionamento sobre o pedido de
revogação da prisão temporária.
"A principal testemunha confirmou seu depoimento. Não vejo
motivo para revogar a prisão do
principal suspeito", disse Campi,
já adiantando o seu parecer.
Andrade não quis ingressar no
programa de proteção a testemunhas -que exige a saída da testemunha do convívio social- , mas
aceitou a proteção de policiais do
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Um
carro da polícia está 24 horas por
dia na frente da casa do vigia.
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