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DIPLOMACIA
Após decisão judicial, governo do Tocantins rescindiu contrato com os 96 cubanos que atuavam em 42 municípios
Sem poder trabalhar, médicos voltam a Cuba
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
O grupo de médicos cubanos
que foi impedido por decisão judicial de trabalhar no Estado de
Tocantins embarcou ontem em
Brasília às 14h30 de volta à ilha governada pelo ditador Fidel Castro.
O governo cubano enviou um
avião ao Brasil para que os médicos retornassem à ilha.
O governo do Tocantins rescindiu o contrato firmado com os 96
médicos cubanos que atuavam
em 42 municípios. A determinação do juiz Marcelo Velasco Nascimento Albernaz, da 1ª Vara Federal, atingiu 23 médicos de hospitais municipais e 73 que participavam do PSF (Programa de Saúde da Família).
A decisão da Justiça Federal de
Tocantins acontece no momento
em que os governos dos dois países discutem uma forma de agilizar o processo de reconhecimento
de diplomas de ensino superior,
principalmente de medicina.
A validação automática já está
descartada. Nas próximas duas
semanas, o Itamaraty deve enviar
ao governo cubano uma nova
proposta de ajuste no processo de
validação. Se o ajuste for aprovado, a idéia é criar uma comissão
nacional que vai propor medidas
para uniformizar os procedimentos de validação.
Uma das propostas é fazer um
exame único para os alunos que
tenham cursado medicina em outros países. Para cada país, haveria um tipo de avaliação.
Atualmente, para que o diploma de uma instituição estrangeira
tenha validade no Brasil, o aluno
precisa fazer o processo de validação por meio de uma universidade pública brasileira. Cada instituição pode aplicar o tipo de avaliação que considerar adequada.
Somente a partir da validação é
possível requerer o registro para
exercer a profissão no país.
Tocantins
Para o secretário estadual da
Saúde de Tocantins, Gismar Gomes, o agravamento da falta de
médicos no interior com a medida será temporário. "É preciso
que os prefeitos se empenhem em
buscar profissionais."
Emergencialmente, profissionais brasileiros terão a carga horária ampliada e, em casos mais
complexos, os pacientes serão encaminhados para os 14 hospitais
de referência do Estado.
No último concurso realizado
pela secretaria, em dezembro, não
houve candidatos inscritos para
vagas disponíveis em 62 municípios, de acordo com sua assessoria de imprensa. O salário é de
cerca de R$ 4.500 por 40 horas,
equivalente ao valor pago aos médicos cubanos.
"Em alguns municípios é mais
difícil preencher as vagas, mas o
ingresso de médicos formados no
Estado é grande. O Estado arrumou os hospitais para se adequar,
agora falta os municípios fazerem
o mesmo", disse o presidente do
CRM (Conselho Regional de Medicina), Solimar Pinheiro Silva.
Tocantins mantinha um contrato com o Ministério da Saúde
de Cuba para a contratação de
médicos, enfermeiros e técnicos
para hospitais públicos desde 97.
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