São Paulo, sábado, 16 de abril de 2005

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ADMINISTRAÇÃO

Serra estaria insatisfeito com a atuação de Marquinhos Tortorello, que também desagradou seu partido, o PPS

Crise ameaça cargo de secretário de Esportes

CATIA SEABRA
FABIO SCHIVARTCHE DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da saída de Emanoel Araújo da Cultura, o secretário municipal de Esportes, Marquinhos Tortorello, está sob ameaça de deixar o cargo. Ontem, uma crise dentro do PPS, seu próprio partido, estremeceu sua já fragilizada situação.
Avisado da insatisfação do prefeito José Serra (PSDB) com o desempenho do secretário, o PPS buscava uma saída para o impasse. Mas só até ontem, quando Tortorello surpreendeu o partido ao demitir dois integrantes da executiva municipal.
A exoneração de Vitor Queiroz Adami, recém-nomeado diretor de Departamento Técnico de Unidades Educacionais, e de Lúcio dos Santos Costa, que ocupava o cargo de assistente técnico, foi publicada ontem no "Diário Oficial". Adami é secretário de Juventude do PPS. Costa é o terceiro-secretário do partido.
A crise só foi debelada depois que Tortorello informou que as demissões seriam revistas. Ainda assim, o desconforto continua.
"Vamos nos reunir com Marquinhos neste fim-de-semana para discutir a situação", disse o presidente municipal do PPS, Carlos Fernandes. Tortorello não atendeu aos recados da Folha.
Segundo o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), com quem Serra também se reuniu na tarde de ontem, "há uma avaliação ruim, não estão muito contentes com a atuação do secretário". "Ele [Serra] sabe que vai ter de resolver isso com o partido", disse Freire, recebido por Serra ao lado de Fernandes.
O prefeito já vinha dando sinais de descontentamento com o trabalho de Tortorello. O mais sintomático foi a decisão de transferir para o Anhembi o comando do autódromo de Interlagos. Tortorello recorreu ao partido.
Como resposta, o PPS foi informado que a prefeitura não pretende destinar recursos para a realização da Fórmula 1. E, por isso, dependia de maior eficiência na captação de apoio. Por isso, a tarefa foi delegada ao ex-presidente da Embratur, Caio de Carvalho, sob o argumento de que tem mais experiência.
Em defesa de Tortorello, o PPS lembra que esse não é um problema exclusivo de Tortorello, mas típico de um momento de avaliação do governo.


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