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CLÍNICA ILEGAL
Denúncia é do Ministério Público, no Rio
Médica é acusada de fazer 6 mil abortos
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Uma médica foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de
Janeiro por ter feito, entre janeiro
de 2001 e abril de 2003, mais de
6.000 abortos em uma clínica em
São João de Meriti (Baixada Fluminense). Pelo menos uma paciente morreu durante a cirurgia
ao ter o útero perfurado.
A casa foi fechada em abril de
2003 pela polícia, que encontrou
no local 6.352 termos de responsabilidade assinados por mulheres que fizeram abortos. Mas, segundo depoimentos de vizinhos à
Folha, a médica continuou em
atividade nos últimos dois anos.
Na frente da casa onde funcionava a clínica, há uma placa com
o nome da médica, os dias de
atendimento e três telefones. Mas
mulheres que ligam para marcar
consultas são encaminhadas para
um endereço em Belford Roxo.
Haveria até uma van disponível
para fazer o transporte para a cidade vizinha. Sobre a porta de entrada do endereço de Belford Roxo, há uma outra placa com os
mesmos telefones, mas não consta o nome da médica.
A médica mora na Barra da Tijuca (bairro de classe média alta
da zona oeste do Rio) e não foi localizada pela Folha.
Segundo o relato de algumas
pessoas na rua de São João de Meriti, ela já faria abortos há mais de
20 anos, teria tido outras duas clínicas no município e mais mulheres teriam morrido em suas cirurgias.
A médica, que ainda não tem
advogado constituído, deve ser
interrogada em maio na 1ª Vara
Criminal de São João de Meriti. O
Cremerj (Conselho Regional de
Medicina do Estado do Rio de Janeiro) abriu sindicância para apurar o caso.
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