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Casos de dengue no Estado de SP
sobem 33% na 1ª quinzena do mês
Secretaria da Saúde se une à Polícia Militar para criar "esquadrão antidengue"
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os casos de dengue no Estado de São Paulo subiram 33%
na primeira quinzena deste
mês em relação ao registro anterior. Os casos passaram de
15.237 para 20.341, segundo a
Secretaria Estadual da Saúde.
Também cresceu o número de
pessoas infectadas pela dengue
hemorrágica, a forma mais grave da doença: de 5 para 14.
Ainda assim, até a última sexta-feira, o Estado registrava
queda de 27% no número de casos da doença em relação ao
mesmo período do ano passado
-20.341 casos em 2007 contra
27.966 de 2006.
A partir de hoje, a secretaria
lança uma ofensiva contra a
dengue, em parceria com a Polícia Militar, em 645 municípios paulistas. Chamado de "esquadrão antidengue", um grupo de 60 pessoas vai se juntar às
equipes municipais para tentar
frear o avanço da doença em cidades onde o quadro está pior.
Treinado pela Sucen (Superintendência de Controle de
Endemias), o grupo pulverizará
imóveis para controlar mosquitos adultos (que picam), vai vistoriar criadouros e orientará a
população.
Nesta semana, o trabalho se
concentrará em Sumaré, na região de Campinas, que notificou do início do ano até sexta-feira 526 casos de dengue. A
próxima cidade a receber a força-tarefa deve ser Hortolândia
(a oito quilômetros de Sumaré), que, no último dia 9, registrou uma morte por dengue hemorrágica -a sexta do Estado.
Silvana Calegari Vieira, 25,
estava doente havia uma semana, mas não teve a doença diagnosticada a tempo. Segundo a
família, ela procurou um hospital em Hortolândia nos dias
que antecederam a sua morte,
mas o diagnóstico que recebeu
foi de virose. Levada para Campinas no dia 8, ela morreu 24
horas depois de ser internada.
Na mesma semana em que
Silvana adoeceu, outras duas
pessoas também contraíram
dengue hemorrágica -uma
menina de cinco anos, de Hortolândia, e um homem de Campinas. Eles não correm risco de
morrer, segundo os médicos.
Infectologistas vêm alertando para o aumento da gravidade dos casos de dengue e para a
falta de preparo dos profissionais de saúde para o diagnóstico precoce, conforme a Folha
revelou no último dia 8.
Segundo o infectologista
Luiz Jacinto da Silva, professor
da Unicamp, o salto é esperado
porque, à medida que as pessoas contraem dengue por um
determinado subtipo de vírus e
depois se reinfectam por outro,
são maiores as chances de
complicações. Há três subtipos
virais circulando no país.
A quantidade de casos de
dengue na cidade de São Paulo
também cresceu (44%) na última semana, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Foram
162 casos autóctones -contraídos na própria cidade- contra
112 na semana anterior.
A Sucen irá contratar mais
120 pessoas para auxiliar as
prefeituras do Estado no combate à dengue. Mas avisa: sem
ajuda da população, será difícil
conter o avanço dos casos, pois
80% dos criadouros do mosquito transmissor da dengue
estão dentro dos domicílios.
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