São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Central sindical, ligada ao PT, comanda manifestação de servidores contra a prefeitura; categoria ameaça greve

Líder da CUT afirma que Marta é "má patroa"

IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Liderados pela CUT, os servidores municipais de São Paulo fizeram uma manifestação ontem bloqueando parcialmente a avenida Paulista (região central de SP) para reivindicar reajuste salarial de 62,62%. Segundo a PM, o ato reuniu cerca de 4.000 servidores. A categoria promete entrar em greve na quarta-feira.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), braço sindical do PT, Antonio Carlos Spis, criticou a prefeita Marta Suplicy (PT). "Uma prefeitura que não paga direito seus trabalhadores é uma má patroa", disse.
Spis disse que o ato foi provocado pela decisão da prefeitura de não querer negociar com os funcionários. Ele afirma não acreditar que a campanha salarial prejudique o governo Marta e, consequentemente, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência. "É um problema da cidade de São Paulo, o que o Lula tem a ver com isso?", disse.
Participaram do ato médicos, enfermeiros, engenheiros, contadores e guardas-civis. É a primeira vez que os servidores -são 125 mil ativos no município- fazem uma campanha salarial unificada.
Durante o ato, a secretária da Gestão Pública, Helena Kerr, chegou a se reunir com representantes da categoria, mas reafirmou que não há recursos para conceder, hoje, reajuste à categoria.
O protesto começou às 14h15, na praça Oswaldo Cruz. Por quase duas horas, a pista sentido bairro/centro da avenida Paulista foi bloqueada. Segundo a CET, o ato provocou sete quilômetros de congestionamento no local. Da Paulista, os manifestantes seguiram em passeata até a Câmara.

Não reconhece
Helena não reconhece que, como alegam os sindicalistas, os salários estejam defasados em 62%. Segundo a prefeitura, houve aumento de 76% de janeiro de 2001 (R$ 227) para este ano (R$ 400) para quem ganha o piso.
Mas os demais servidores receberam reajuste de 0,7% na atual gestão. O valor é fixado por legislação que prevê aumento caso os gastos com a folha de pagamento não atinjam 40% do Orçamento. No início de 2000, porém, os salários dos cargos de confiança receberam cerca de 40% de aumento por estarem subestimados, segundo a secretaria.
Os servidores afirmam que o percentual de 62,62% de aumento corresponde a perdas salariais com a inflação de fevereiro de 1995 a maio deste ano.
O vereador Cláudio Fonseca (PC do B), presidente do sindicato dos professores municipais, disse que os servidores estão "frustrados" com a atual gestão.



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