|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Central sindical, ligada ao PT, comanda manifestação de servidores contra a prefeitura; categoria ameaça greve
Líder da CUT afirma que Marta é "má patroa"
IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Liderados pela CUT, os servidores municipais de São Paulo fizeram uma manifestação ontem
bloqueando parcialmente a avenida Paulista (região central de
SP) para reivindicar reajuste salarial de 62,62%. Segundo a PM, o
ato reuniu cerca de 4.000 servidores. A categoria promete entrar
em greve na quarta-feira.
O presidente da CUT (Central
Única dos Trabalhadores), braço
sindical do PT, Antonio Carlos
Spis, criticou a prefeita Marta Suplicy (PT). "Uma prefeitura que
não paga direito seus trabalhadores é uma má patroa", disse.
Spis disse que o ato foi provocado pela decisão da prefeitura de
não querer negociar com os funcionários. Ele afirma não acreditar que a campanha salarial prejudique o governo Marta e, consequentemente, a candidatura de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à
Presidência. "É um problema da
cidade de São Paulo, o que o Lula
tem a ver com isso?", disse.
Participaram do ato médicos,
enfermeiros, engenheiros, contadores e guardas-civis. É a primeira vez que os servidores -são 125
mil ativos no município- fazem
uma campanha salarial unificada.
Durante o ato, a secretária da
Gestão Pública, Helena Kerr, chegou a se reunir com representantes da categoria, mas reafirmou
que não há recursos para conceder, hoje, reajuste à categoria.
O protesto começou às 14h15,
na praça Oswaldo Cruz. Por quase
duas horas, a pista sentido bairro/centro da avenida Paulista foi
bloqueada. Segundo a CET, o ato
provocou sete quilômetros de
congestionamento no local. Da
Paulista, os manifestantes seguiram em passeata até a Câmara.
Não reconhece
Helena não reconhece que, como alegam os sindicalistas, os salários estejam defasados em 62%.
Segundo a prefeitura, houve aumento de 76% de janeiro de 2001
(R$ 227) para este ano (R$ 400)
para quem ganha o piso.
Mas os demais servidores receberam reajuste de 0,7% na atual
gestão. O valor é fixado por legislação que prevê aumento caso os
gastos com a folha de pagamento
não atinjam 40% do Orçamento.
No início de 2000, porém, os salários dos cargos de confiança receberam cerca de 40% de aumento
por estarem subestimados, segundo a secretaria.
Os servidores afirmam que o
percentual de 62,62% de aumento
corresponde a perdas salariais
com a inflação de fevereiro de
1995 a maio deste ano.
O vereador Cláudio Fonseca
(PC do B), presidente do sindicato
dos professores municipais, disse
que os servidores estão "frustrados" com a atual gestão.
Texto Anterior: Shell: Hoje é o último dia para licença ser renovada Próximo Texto: Ônibus: Motoristas e cobradores ameaçam fazer greve Índice
|