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ÔNIBUS
Para secretário, ato é "precipitado"
Motoristas e cobradores ameaçam fazer greve
DA REPORTAGEM LOCAL
Motoristas e cobradores de ônibus -após paralisação de três
horas na madrugada e parte da
manhã de ontem- ameaçam fazer greve por tempo indeterminado a partir do dia 22 deste mês, caso as empresas de ônibus não
abram um canal de negociação.
A categoria, que tem cerca de 50
mil profissionais, reivindica
9,26% de reajuste salarial, 5% de
aumento real, convênio médico
gratuito, participação nos lucros e
resultados (PLR) e melhorias no
sistema de transporte coletivo.
Segundo o presidente do sindicato, Edivaldo Santiago, depois
das paralisações parciais realizadas pela categoria, a greve é a única medida que irá "sensibilizar"
empresários e prefeitura a resolver o problema. "Reconhecemos
que a greve é uma medida extrema, mas é nossa última saída. A
prefeitura e os empresários não
estão virando as costas somente
para a categoria, mas para as 3 milhões de pessoas que dependem
dos ônibus todos os dias."
Em nota oficial, o Transurb
(sindicato das viações) afirma que
é "contra qualquer paralisação no
sistema de ônibus de São Paulo" e
que o "sistema sofre grande déficit mensal, tornando inviável
qualquer reajuste salarial neste
momento". Ainda na nota, o sindicato patronal afirma que há disposição para discutir a questão
salarial de motoristas e cobradores, mas somente em novembro.
O secretário municipal dos
Transportes, Carlos Zarattini,
afirmou que a prefeitura vem intermediando as negociações entre
os sindicatos a fim de evitar uma
greve. Mas que há, do lado patronal, uma "atitude provocativa" e,
do lado dos trabalhadores, "precipitação" na realização da greve.
Zarattini afirmou que a prefeitura não dará subsídios ao setor e
nem aumento de tarifa e disse que
irá sugerir ao sindicato dos empregados que façam negociação
salarial empresa a empresa.
Das 3h às 6h, toda a frota municipal deixou de circular e, segundo a SPTrans, cerca de 1,2 milhão de pessoas foram prejudicadas.
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