|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BARBARA GANCIA
Quem pagou o pato foi o Sigmaringa
Como diz o comercial da
TV, estou precisando rever
os meus conceitos. Passei a semana toda tentando entender como
dona Vilma Martins, a falsa mãe
de Pedrinho, conseguiu se esconder debaixo do sofá na casa da
amiga. Ora bolas! Depois de três
meses de dieta, eu mal consigo esconder a perna debaixo do sofá,
que dirá o corpo inteiro.
A turma fica discutindo qual o
castigo ideal para o crime inédito
de dona Vilma, o de roubar dois
bebês de mães diferentes. Pois eu
tenho uma sugestão: ela deveria
ser obrigada a consultar periodicamente o ginecologista que a TV
mostrou nesta semana, que faturava ao encaminhar mulheres
para fazer exame de próstata.
Esse médico lembra aquela piada do português que não sabe o
que fazer com o supositório e liga
para o clínico-geral. Depois de
muita conversa e o português ainda sem entender o procedimento,
o médico diz claramente o que
deve ser feito. Ao que o português
reage: "Tudo bem, doutoire, não
precisa ficar bravo!".
E o Menem, hein? Saiu de fino e
deixou seu país para ser governado pelo sósia do ex-técnico da seleção argentina César Luís Menotti. Ainda bem que o Menem se
tocou. Um sujeito que é obrigado
a ficar de boca calada depois de
ver o próprio filho ser assassinado
e a mulher pirar por conta tinha
mais é que estar em algum filme
como "Os Bons Companheiros", e
não na Casa Rosada.
E eu preciso rever correndo os
meus conceitos. Tinha a impressão de que Lula fosse uma espécie
de Heloísa Helena de barba. Mas
sua atual simpatia não condiz
com a imagem do militante rabugento de outros Carnavais. O presidente está se revelando um emérito boa-praça e transformou a
Granja do Torto no lugar mais divertido do planeta. O episódio da
caça ao pato do último fim de semana deve ser bem aproveitado
por Denise Fraga no quadro
"Dias de Glória", do "Fantástico".
Já posso ver o presidente e a primeira-dama correndo atrás do
pato, que deveria ter ido parar na
caçarola para ser cozinhado por
dona Marisa, e a entrada em cena do deputado Sigmaringa Seixas tentando capturar o almoço.
Em vez de terminar em pato com
laranja, o domingo do presidente
culminou com o deputado do PT
levando 17 pontos na perna.
E a gente ainda se pergunta como há quem confunda a vida real
com a novela. Que telespectador
saberá identificar o que é realidade e o que é ficção se o episódio da
caça ao pato na Granja do Torto
for parar na TV?
Texto Anterior: PSB deverá rejeitar a filiação de presidente e diretores de sindicato Próximo Texto: Qualquer nota Índice
|