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PSB deverá rejeitar a filiação de presidente e diretores de sindicato
ALENCAR IZIDORO
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
As denúncias contra integrantes
da diretoria do sindicato dos motoristas de ônibus de São Paulo
deverão dificultar a adesão deles
ao PSB e os projetos políticos da
entidade na disputa pela sucessão
da prefeita Marta Suplicy (PT).
Edivaldo Santiago, 55, presidente do sindicato, e José Ilton Marçal
Pereira, 40, e Geraldo Diniz da
Costa, 42, dois diretores da executiva -formada por dez sindicalistas-, disseram à Folha no último mês que já haviam assinado
suas fichas de filiação ao PSB.
A entrada no partido, segundo
eles, também havia sido definida
por mais quatro membros da executiva -Francisco Xavier da Silva Filho, conhecido por Chiquinho, Isao Hosogi (Jorginho), Paulo Cezar Barbosa (Paulão) e Jorge
Luiz de Jesus (Febem).
O presidente municipal do PSB,
Joel Cardozo, afirmou ontem que
a filiação dos sindicalistas ainda
não chegou ao diretório, que é o
responsável por formalizar os registros nos cartórios eleitorais.
"A filiação definitiva precisa
passar pelo crivo da executiva
partidária. Se chegar aqui, a aprovação será muito difícil, ainda
mais depois das denúncias veiculadas na imprensa", disse Anízio
Batista, secretário-geral do PSB.
Batista explica que os 41 diretores zonais do partido disponibilizam as fichas de filiação, mas elas
podem ser vetadas quando chegarem ao diretório. "Nesse intervalo, é só uma pré-filiação."
Joel Cardozo disse que a comissão do PSB que dá aval às filiações
"é muito rígida". O presidente
municipal da legenda diz nem sequer cogitar a possibilidade de os
sindicalistas serem aceitos -até
mesmo por não saber se realmente assinaram fichas de filiação. "É
claro que eu não sei os votos dos
21 integrantes da comissão, mas,
pelos últimos acontecimentos, seria muito difícil essa aprovação."
A ida da diretoria do sindicato
dos motoristas e cobradores para
o PSB foi articulada por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, que também tenta aderir ao partido (apesar da resistência de alguns setores) ou ao PDT para entrar na disputa pela sucessão da prefeita
Marta Suplicy, no ano que vem.
Os sindicalistas afirmam que a
tentativa conjunta de entrar no
PSB foi decidida para fortalecer a
defesa dos interesses da categoria.
O presidente do sindicato, Edivaldo Santiago, que até meses
atrás era filiado ao PMDB -sem
militar na prática-, admite que
decidiu se engajar "com mais determinação" na vida política, mas
nega oficialmente ter pretensões
eleitorais -embora tenha dito a
amigos, no ano passado, cogitar
uma candidatura a vereador.
Santiago ficou conhecido por
ter comandado uma greve geral
de ônibus de nove dias em São
Paulo, na gestão da ex-prefeita
Luiza Erundina, que era do PT e
hoje é uma das lideranças do PSB.
Ele diz não ter ressentimentos
de Erundina, apesar das tensões
entre sindicato e prefeitura no período. "Mas sinto que ela ainda
guarda mágoa por tudo aquilo.
Foram nove dias de greve. Hoje a
gente faz dois dias e já querem nos
botar na cadeia", diz Santiago,
que iniciou a atividade sindical na
CUT (Central Única dos Trabalhadores), rival da Força Sindical.
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