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São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2003

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MATO GROSSO

Pacientes morreram esperando leito, diz sindicato

Promotoria investiga se "desatenção" causou morte na fila por vaga em UTI

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O Ministério Público de Mato Grosso investiga se houve "desatenção no atendimento" a 150 pacientes que morreram, segundo o Sindicato dos Médicos, esperando leitos nas UTIs do SUS (Sistema Único de Saúde) de outubro de 2002 a março de 2003.
No período, segundo Lúdio Cabral, diretor do sindicato, houve 1.095 pedidos de internação nas UTIs -média de 182,5 por mês. Uma cópia do relatório foi enviada ao Ministério da Saúde.
Mato Grosso tem 148 leitos do SUS para terapia intensiva, sendo 108 em Cuiabá e seis na vizinha Várzea Grande, cidades que somam cerca de 700 mil habitantes.
O número de mortos corresponderia a casos em que foram solicitados leitos à Central Estadual de Regulação do SUS, mas que não obtiveram vagas.
O promotor de Defesa da Cidadania Edmilson Costa Pereira investiga se "o aguardo de vagas significou desatenção às pessoas [mortos] e por que não foram encaminhadas para a rede privada".
Segundo o diretor do sindicato, o Estado tem 4.500 leitos do SUS, dos quais pelo menos 400, pelas normas da Organização Mundial da Saúde, deveriam ser de UTIs.
A assessoria da Secretaria da Saúde de Mato Grosso disse que irá informar ao Ministério Público, em dez dias, a situação das vagas, mas afirmou que o sindicato não considerou as vítimas de acidentes de trânsito ou de violência, que, em alguns casos, chegam sem vida ao hospital.
Na avaliação do sindicato, 40% dos internados em UTIs têm problemas ligados a hipertensão, diabetes ou doenças respiratórias.


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