|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MATO GROSSO
Pacientes morreram esperando leito, diz sindicato
Promotoria investiga se "desatenção" causou morte na fila por vaga em UTI
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O Ministério Público de Mato
Grosso investiga se houve "desatenção no atendimento" a 150 pacientes que morreram, segundo o
Sindicato dos Médicos, esperando leitos nas UTIs do SUS (Sistema Único de Saúde) de outubro
de 2002 a março de 2003.
No período, segundo Lúdio Cabral, diretor do sindicato, houve
1.095 pedidos de internação nas
UTIs -média de 182,5 por mês.
Uma cópia do relatório foi enviada ao Ministério da Saúde.
Mato Grosso tem 148 leitos do
SUS para terapia intensiva, sendo
108 em Cuiabá e seis na vizinha
Várzea Grande, cidades que somam cerca de 700 mil habitantes.
O número de mortos corresponderia a casos em que foram
solicitados leitos à Central Estadual de Regulação do SUS, mas
que não obtiveram vagas.
O promotor de Defesa da Cidadania Edmilson Costa Pereira investiga se "o aguardo de vagas significou desatenção às pessoas
[mortos] e por que não foram encaminhadas para a rede privada".
Segundo o diretor do sindicato,
o Estado tem 4.500 leitos do SUS,
dos quais pelo menos 400, pelas
normas da Organização Mundial
da Saúde, deveriam ser de UTIs.
A assessoria da Secretaria da
Saúde de Mato Grosso disse que
irá informar ao Ministério Público, em dez dias, a situação das vagas, mas afirmou que o sindicato
não considerou as vítimas de acidentes de trânsito ou de violência,
que, em alguns casos, chegam
sem vida ao hospital.
Na avaliação do sindicato, 40%
dos internados em UTIs têm problemas ligados a hipertensão, diabetes ou doenças respiratórias.
Texto Anterior: Empresário filho de bicheiro é morto no Leblon Próximo Texto: Campinas: Após confronto e prisões, negociação com servidor municipal não avança Índice
|