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Advogada de Marcola vai recorrer
DA REPORTAGEM LOCAL
A advogada Maria Cristina Rachado protocolará hoje um pedido na Justiça para a "imediata desinternação" de Marco Willians
Herbas Camacho, 38, o Marcola,
do Regime Disciplinar Diferenciado do Centro de Readaptação
Penitenciária de Presidente Bernardes (a 589 km da capital). Segundo ela, seu cliente foi transferido para esse presídio sem que
qualquer decisão judicial fosse
proferida nesse sentido.
Rachado ainda argumenta que
seu cliente "vem sendo internado
neste mal falado regime de cumprimento de pena por reiteradas
vezes, sem que qualquer prova
fosse produzida contra si".
"A imposição de qualquer sanção ao reeducando, por imputar-se a ele prematuramente a autoria
intelectual de tais atos criminosos, constitui verdadeiro arrepio
aos princípios do devido processo
legal e da ampla defesa, praticando-se inegável abuso de autoridade, submetendo-se o reeducando
a gravíssimo constrangimento legal", afirma no documento.
Em sua solicitação ao corregedor da Vara de Execuções Criminais de São Paulo, a advogada
aponta que Marcola foi "rotulado
como líder da facção criminosa
denominada Primeiro Comando
da Capital" e que, durante todos
os incidentes, esteve sem comunicação com outros presos, sob custódia da Secretaria de Administração Penitenciária e da polícia.
Segundo a advogada, Marcola
não poderia ser o mandante ou
ter a "autoria intelectual" da série
de atentados e rebeliões que vêm
ocorrendo em todo o Estado e foi
caracterizado pela imprensa como responsável pelos crimes.
"O reeducando nega qualquer
envolvimento em tais fatos, ressaltando que achava-se incomunicável com o mundo exterior durante toda sua permanência na
Penitenciária de Avaré, ou mesmo na Penitenciária de Presidente
Venceslau pelo tempo que ali ficou (ambos presídios considerados de segurança máxima), bem
assim durante sua permanência
na carceragem do Deic, onde sabidamente a vigilância é ostensiva", afirma no documento.
Até o dia 11 de maio, Marcola estava preso na Penitenciária de
Avaré (262 km a oeste da capital) ,
no interior de São Paulo. Depois,
foi transferido para Presidente
Venceslau (620 km a oeste da capital) e, em seguida, levado às dependências do Deic (Departamento de Investigações sobre o
Crime Organizado).
"A atual situação do reeducando já ultrapassou, há muito, o limite do juridicamente possível",
afirma. "Princípios gerais e constitucionais estão sendo ofendidos
diretamente, de forma clara e
aberta, e isso não pode ser tolerado em um Estado (formalmente)
democrático e de direito", completa Rachado.
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