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GUERRA URBANA/ ESTADOS
Segundo a polícia, grupo se preparava para incendiar ônibus
seguindo ordens da facção; Estado tem 12 presos ligados ao
grupo
Suspeitos de integrar o PCC são presos em PE
Policiais Militares deixam a cadeia pública da cidade de Foz de
Iguaçu (Paraná), rebelião terminou ontem depois de 25 horas
DA AGÊNCIA FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM
CAMPO GRANDE
A Polícia Civil de Pernambuco
anunciou ontem a prisão de sete
supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). O
grupo foi flagrado na noite de anteontem, quando se preparava
para incendiar quatro ônibus.
Com os suspeitos, a polícia encontrou três litros de gasolina, um
revólver e um isqueiro. Também
foi apreendida uma motocicleta
que seria usada nos ataques.
Dos sete presos, três são pernambucanos. Os outros vieram
dos Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Ceará.
Dois foram presos em Recife, e o
restante, em Caruaru (a 136 km de
Recife). Não houve confronto durante a prisão dos suspeitos.
Segundo o secretário da Defesa
Social do Estado, Rodney Miranda, a ordem para incendiar os
ônibus em Pernambuco partiu do
PCC de São Paulo. Segundo ele, a
organização já havia ordenado
anteriormente que policiais e
bombeiros fossem mortos. Para
Miranda, o grupo que agiria no
Estado, entretanto, vinha sendo
monitorado desde o dia 8 pelo
serviço de inteligência da polícia
e, por este motivo, os atentados
acabaram não se concretizando.
A princípio, disse o secretário, a
facção planejava realizar uma série de rebeliões, começando pelo
presídio Aníbal Bruno, em Recife.
O objetivo, afirmou o secretário,
era tentar melhorar as condições
dos 12 presos que são ligados à organização, detidos no Estado. Eles
têm vigilância especial e cumprem pena ou aguardam julgamento em celas isoladas.
Mas, com a deflagração dos ataques em São Paulo, o PCC mudou
o foco e determinou aos seus integrantes em Pernambuco que aderissem a uma ação nacional.
O plano foi descoberto. Os suspeitos presos foram apresentados
ontem à imprensa na Secretaria
da Defesa Social. Um dos acusados, Rodrigo Tadeu Batista, 28,
negou envolvimento no caso. Os
outros não se pronunciaram.
Segundo o secretário, o PCC
tenta se estruturar no Estado para
atuar principalmente no tráfico
de drogas. Pernambuco é o Estado do país que mais produz maconha e uma das portas de saída
de cocaína para os países europeus.
Celular inicia motim
Em Santa Catarina, um telefonema de integrantes do PCC, presos em Mato Grosso do Sul, pôs o
Estado em alerta ontem. Segundo
o secretário da Segurança Pública,
Dejair Vicente Pinto, detentos ligaram para um celular clandestino numa prisão de Balneário
Camboriú ordenando rebeliões
no Estado. A ligação foi interceptada.
O diretor do Departamento de
Administração Prisional, Carlos
Roberto dos Santos, disse que,
durante a conversa, os integrantes
da facção criminosa tentam convencer os presidiários catarinenses a aderir à série de rebeliões
que acabaram se espalhando no
país. O policiamento no Estado e
a segurança nas prisões foram reforçados. Em Poços de Caldas
(Minas Gerais, a 12 km da fronteira com São Paulo), um posto da
Guarda Municipal e um prédio
onde funciona uma companhia
da Polícia Militar foram atingidos
por vários tiros na noite de anteontem. Os quatro atiradores estavam em duas motocicletas. Ninguém ficou ferido neste ataque.
Na manhã de ontem, 80 presos de
uma cadeia em uma delegacia iniciaram uma rebelião, que foi logo
depois foi controlada pelos policiais de plantão.
No Estado do Amazonas, após
os ataques do PCC, o Comando
da Polícia Militar suspendeu as férias e também as folgas dos policiais da corporação e mantém
2.000 soldados nos quartéis, em
regime de alerta. Em Tocantins, a
segurança nas casas de custódia
foi dobrada. Em Mato Grosso, a
polícia disse que evitou rebeliões
nas cadeias após identificar movimentações suspeitas por parte de
alguns presidiários.
(FÁBIO GUIBU, MARI TORTATO, ANA RAQUEL COPETTI,
THIAGO REIS E PAULO PEIXOTO)
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