Com R$ 1,5 milhão da Sabesp, Secretaria do Verde quer criar critérios para recuperar águas dos parques Ibirapuera e da Aclimação

Ainda será analisada a necessidade de estações de tratamento de esgoto em alguns deles, de acordo com os custos e vantagens

DA REPORTAGEM LOCAL

Com verba de R$ 1,5 milhão da Sabesp, parceira no projeto, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo vai realizar um estudo para avaliar os efeitos da poluição, da vida aquática, da vegetação e da erosão nos lagos dos parques da Aclimação e Ibirapuera.
É uma tentativa de estabelecer, pela primeira vez, critérios para recuperar e preservar os lagos, que continuam sofrendo com assoreamento, poluentes carregados pela enxurrada e até com efeitos possivelmente nocivos da proliferação de peixes.
Não se sabe, por exemplo, qual é o nível adequado de lodo. E também se aquelas espécies de peixes que escavam tocas nas beiradas dos lagos contribuem com o aumento da areia no leito, o que leva a uma redução da profundidade.
Ainda será avaliado se é necessário implantar estações de tratamento de esgoto em alguns deles, de acordo com os custos e vantagens ambientais.
Outro item colocado no estudo, que será contratado pela Sabesp, é que espécies de plantas podem colaborar tanto com a manutenção da vida animal como na contenção da areia.
Para o Ibirapuera, por exemplo, a Secretaria do Verde já avalia instalar um sistema de recirculação -nesse sistema, a água poluída do lago volta à estação de tratamento antes de ser novamente lançada, como aquelas bombinhas usadas em aquários domésticos.
Quem levar o contrato terá de fazer testes de sismologia e batimetria para verificar exatamente a configuração dos lagos. Daí, dará para tentar saber como eles eram e como foi a transformação e a degradação ao longo do tempo.
Também serão estudadas as espécies de peixes -hoje, não se sabe exatamente quais estão nos lagos-, aves e vegetação.
Mesmo antes da conclusão do estudo, cujo prazo é de cinco meses, o assessor especial de gabinete da secretaria do Verde, Hélio Neves, adianta que a poluição de São Paulo será sempre um desafio à melhora da água dos lagos.
Hoje, a poluição direta causada por esgoto nos lagos do Ibirapuera está controlada, diz Neves, porque quase 100% das ligações clandestinas foram eliminadas e existe uma estação de tratamento em seu afluente.
Mas, durante tempestades, os lagos são invadidos pelo córrego Boa Vista, onde não há tratamento. "É uma solução difícil porque as galerias existentes não suportam a água do córrego e extravasam."
Destruído pela chuva, o lago do parque da Aclimação estará totalmente pronto até o início de 2011, quando a prefeitura espera devolver as aves levadas ao Ibirapuera após o acidente.
"Vamos ter um novo vertedouro [espécie de "ladrão", como nas caixas d'água], ampliar as galerias da região, para dar mais vazão, e retirar o lodo, o que vamos começar já." (JEC e EG)


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