São Paulo, domingo, 16 de maio de 2010

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Comandante da Rota afirma que não há discriminação da polícia

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O tenente-coronel da PM Paulo Telhada, comandante da Rota, disse que os casos envolvendo os motoboys foram fatos isolados, fatalidades, que não refletem o trabalho realizado em milhares de atendimentos feitos todos os meses. Desde abril, dois motoboys foram assassinados na capital paulista. Os suspeitos dos crimes são 16 policiais militares. A acusação diz que os motoqueiros foram agredidos até a morte. A defesa nega o envolvimento dos PMs. Um deles, Eduardo Luís dos Santos, foi detido, em 9 de abril, por discutir com policiais na Casa Verde (zona norte de SP). O corpo dele foi encontrado no dia seguinte. O outro motoboy, Alexandre dos Santos, apanhou até morrer no bairro Cidade Ademar (zona sul). Sua mãe, Maria Aparecida Menezes, testemunhou as agressões.

 

FOLHA - A polícia está mais truculenta?
PAULO TELHADA -
A polícia, mais do que nunca, está investindo em instrução. Infelizmente, aconteceram esses problemas. Duas ocorrências causam todo esse transtorno e levam a pensar que a polícia está truculenta. De maneira nenhuma. Isso foi uma fatalidade, o comando está tomando todas as providências que precisam ser tomadas. Pode ter certeza que no final de todo esse procedimento todas as providências que precisarem ser tomadas, serão. Na Polícia Militar nada fica escondido. Se precisar cortar na própria carne, será cortado.

FOLHA - Há preconceito por parte do policial com motoboys?
TELHADA -
Para com isso. É até um absurdo ouvir isso. A polícia não tem preconceito contra nada. Não temos time de futebol, religião, não temos cor. A polícia trabalha para todo o mundo. Se fossem japoneses, teríamos preconceito contra japoneses. Se fosse com negros, seria contra negros. Se fosse com macumbeiros, seria contra macumbeiros. Não tem nada a ver. Vocês sabem muito bem, quanto mais hoje em dia, o número de roubos envolvendo motociclistas. Não existe qualquer preconceito. Nem sei se era motoboy. E quem garante que o cara era motoboy. Motoboy de madrugada? Eu nunca vi isso. Entregador de pizza depois da meia-noite? Quantas ocorrências atendemos por dia? São milhares. A PM tem 93 mil homens. Quando um pratica uma besteira dessas, os outros 92.999 precisam ouvir isso: que somos truculentos, que somos racistas. É complicado.


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