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Punição deveria ser exemplar,
diz promotora
DA REPORTAGEM LOCAL
A promotora de Justiça Eliana Passareli diz que não vê preconceito por parte da corporação, mas uma violência generalizada na tropa. Isso, para ela, é
fruto de falta de uma comando
correto e uma maior ação da
Justiça Militar.
FOLHA - A polícia está mais truculenta?
ELIANE PASSARELI - Está muito
despreparada. Acho que eles
estão extrapolando por falta de
comando. Não precisa ser repressivo. Mas um bom comando faz um bom policial. O que
está acontecendo com a PM é
obra de péssimos comandantes, corporativismo, e falta de
providências da Justiça Militar.
A Justiça Militar é tolerante
com todos os desmandos que
acontecem. Se fossem punidos
os comandantes de forma
exemplar, os PMs que fazem
um monte de barbaridade na
rua, não fariam. Eles têm sempre a sensação de impunidade
graças à Justiça Militar.
FOLHA - A polícia é preconceituosa com
os motoboys?
PASSARELI - Eles pegaram a
mim. Apanhei dentro de um
distrito policial e ninguém fez
nada. Tive uma lesão grave.
Três anos de apuração para o
colega promotor arquivar. Um
verdadeiro corporativismo. Tinha ido fazer um boletim de
roubo, parei o carro numa vaga
da PM, fui chamada de puta, me
pegou pelo braço, disse que eu
estava presa por desacato, me
deu uma rasteira. Tive uma torção no joelho e trinquei 6 dentes. Sabiam quem eu era.
FOLHA - Se fosse outra pessoa?
PASSARELI - Teria morrido.
FOLHA - Vê violência generalizada?
PASSARELI - A abordagem está
um tanto quanto equivocada.
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