São Paulo, sábado, 16 de junho de 2001

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PÂNICO EM BARUERI

Governador diz que planilha da estatal apontava tubulação a cerca de três metros de local perfurado

Alckmin culpa Petrobras por erro em mapa

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) responsabilizou ontem a Petrobras por um erro no mapa que localizava o gasoduto onde houve o vazamento.
Segundo Alckmin, os mapas da empresa mostravam o duto a cerca de três metros de distância de onde ele realmente estava. "Ninguém faz perfuração de uma área onde passa gasoduto sem ter um mapa. Parece-me que, no mapa deles, o duto deveria estar a três metros do local da perfuração."
"Queremos que a responsabilidade seja apurada. A perfuração não foi à revelia. Foi, sim, autorizada por escrito e acompanhada de um fiscal da Petrobras", disse.
Alckmin pediu uma "auditoria séria". "De quem for a culpa, com certeza é um erro inadmissível, de absoluta incompetência."
A assessoria da Petrobras informou ter autorizado a perfuração que causou o vazamento. Segundo a assessoria, a estatal orientava o trabalho da construtura Queiroz Galvão no Rodoanel.
Nenhum diretor da construtora quis se manifestar ontem sobre o acidente. Segundo sua assessoria de imprensa, a empresa vai se pronunciar só após apurar as circunstâncias do incidente.
Funcionários da construtora que estavam no local confirmaram que, apesar de o serviço ter orientação da Petrobras, o duto não constava do mapa fornecido pela empresa para orientar a perfuração. A Petrobras disse não ter ontem como apontar motivos e responsáveis pelo acidente.

Dersa
O desconhecimento do local exato onde ficava o duto também foi apontado pelo engenheiro da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/ A) Pedro da Silva, que fiscaliza a obra.
No lugar, estavam sendo cravadas estacas de perfil metálico para criar um suporte para a remoção de dois dutos da Petrobras.
A obra era necessária para permitir a construção do Rodoanel no trecho e havia sido discutida com técnicos da Petrobras. "Onde nós cravamos a estaca, não tínhamos consciência de que havia um duto", afirmou Silva.
O engenheiro disse que uma comissão formada por Dersa, Queiroz Galvão e Petrobras discutirá as causas do acidente. Ele não soube dizer ontem em quanto tempo poderá ter uma conclusão.
O presidente do Sindipetro-SP (Sindicato dos Petroleiros de São Paulo), Samuel Magalhães, que esteve no local ontem à tarde, disse que não tinha elementos para apontar eventual responsabilidade da Petrobras no caso.


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