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São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2003

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TRANSPORTE

Categoria quer reajuste de 18,13%, mas Metrô diz não ter dinheiro; decisão sobre greve será tomada hoje à noite

Metroviários ameaçam parar amanhã

DA REPORTAGEM LOCAL

Os metroviários de São Paulo ameaçam fazer uma greve geral amanhã para reivindicar que a Companhia do Metropolitano pague um reajuste salarial de 18,13%, conforme decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
Os trabalhadores farão uma assembléia hoje à noite para confirmar a paralisação. No decorrer do dia, serão distribuídos panfletos em estações do Metrô para informar os usuários sobre a situação da categoria. O sindicato publicou anúncios em jornais da capital paulista com alertas sobre a greve. Se ela for confirmada, será a primeira deste ano -prejudicando 2,5 milhões de passageiros.
A entidade, que representa 8.000 metroviários, diz que a paralisação será suspensa apenas se a diretoria do Metrô se comprometer a pagar a elevação salarial determinada no TRT. O aumento de 18,13% não foi incluído nos pagamentos feitos pela empresa na última sexta-feira, referentes ao adiantamento quinzenal.
O Metrô alega não ter dinheiro para pagar esse reajuste e pretende revertê-lo no TST (Tribunal Superior do Trabalho). O sindicato dos trabalhadores, porém, argumenta que a empresa tem de cumprir a decisão do TRT enquanto não houver uma determinação diferente da Justiça.
A assessoria de imprensa do Metrô confirmou ontem que a decisão do TRT não deverá ser cumprida. A empresa diz que 80% de sua receita ficaria comprometida com a folha de pagamento se houvesse esse reajuste de 18,13% aos trabalhadores -faltando verba para as demais despesas. Durante as negociações do dissídio coletivo, a companhia fez proposta de elevação salarial de 8%.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o presidente do Metrô, Luiz Carlos Frayze David, irão a Brasília nesta semana para oficializar no TST o pedido de efeito suspensivo da decisão do TRT.
O sindicato dos metroviários contesta a posição da empresa de que não há recursos para pagar a elevação salarial. A categoria alega que o Metrô sempre afirmou estar com suas finanças equilibradas -e ainda reajustou a tarifa em janeiro deste ano.
A passagem do bilhete unitário, na época, subiu 18,75% -de R$ 1,60 para R$ 1,90. Os bilhetes múltiplos de dois e de dez aumentaram de R$ 2,70 para R$ 3,40 (25,92%) e de R$ 12,50 para R$ 15,50 (24%), respectivamente.
A inflação no período de 18 meses -desde a data do reajuste anterior- foi de 14,7%, pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, ou 32,57%, pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), medido pela FGV.


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