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TRANSPORTE
Categoria quer reajuste de 18,13%, mas Metrô diz não ter dinheiro; decisão sobre greve será tomada hoje à noite
Metroviários ameaçam parar amanhã
DA REPORTAGEM LOCAL
Os metroviários de São Paulo
ameaçam fazer uma greve geral
amanhã para reivindicar que a
Companhia do Metropolitano
pague um reajuste salarial de
18,13%, conforme decisão do TRT
(Tribunal Regional do Trabalho).
Os trabalhadores farão uma assembléia hoje à noite para confirmar a paralisação. No decorrer do
dia, serão distribuídos panfletos
em estações do Metrô para informar os usuários sobre a situação
da categoria. O sindicato publicou
anúncios em jornais da capital
paulista com alertas sobre a greve.
Se ela for confirmada, será a primeira deste ano -prejudicando
2,5 milhões de passageiros.
A entidade, que representa
8.000 metroviários, diz que a paralisação será suspensa apenas se
a diretoria do Metrô se comprometer a pagar a elevação salarial
determinada no TRT. O aumento
de 18,13% não foi incluído nos pagamentos feitos pela empresa na
última sexta-feira, referentes ao
adiantamento quinzenal.
O Metrô alega não ter dinheiro
para pagar esse reajuste e pretende revertê-lo no TST (Tribunal
Superior do Trabalho). O sindicato dos trabalhadores, porém, argumenta que a empresa tem de
cumprir a decisão do TRT enquanto não houver uma determinação diferente da Justiça.
A assessoria de imprensa do
Metrô confirmou ontem que a decisão do TRT não deverá ser cumprida. A empresa diz que 80% de
sua receita ficaria comprometida
com a folha de pagamento se houvesse esse reajuste de 18,13% aos
trabalhadores -faltando verba
para as demais despesas. Durante
as negociações do dissídio coletivo, a companhia fez proposta de
elevação salarial de 8%.
O secretário dos Transportes
Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o presidente do Metrô, Luiz
Carlos Frayze David, irão a Brasília nesta semana para oficializar
no TST o pedido de efeito suspensivo da decisão do TRT.
O sindicato dos metroviários
contesta a posição da empresa de
que não há recursos para pagar a
elevação salarial. A categoria alega que o Metrô sempre afirmou
estar com suas finanças equilibradas -e ainda reajustou a tarifa
em janeiro deste ano.
A passagem do bilhete unitário,
na época, subiu 18,75% -de R$
1,60 para R$ 1,90. Os bilhetes múltiplos de dois e de dez aumentaram de R$ 2,70 para R$ 3,40
(25,92%) e de R$ 12,50 para R$
15,50 (24%), respectivamente.
A inflação no período de 18 meses -desde a data do reajuste anterior- foi de 14,7%, pelo IPC
(Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, ou 32,57%, pelo
IGP-M (Índice Geral de Preços do
Mercado), medido pela FGV.
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