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A dois meses do pedágio, Régis continua esburacada
Para usuários, condição da rodovia, sob gerência privada há 4 meses, pouco mudou
Previsão contratual é ter
padrão semelhante ao das
boas estradas estaduais
depois de cinco anos,
segundo concessionária
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A dois meses da cobrança de
pedágio, a rodovia Régis Bittencourt, ligação com a região Sul
do país, ainda mantém buracos
espalhados em diversos trechos entre São Paulo e Paraná,
fendas de 15 cm em viadutos ou
pontes e sinalização precária.
A condição da estrada federal
após quatro meses sob comando da iniciativa privada teve
uma melhoria muito discreta,
passando de "péssima" para
"ruim", de acordo com a classificação majoritária entre dezenas de usuários entrevistados.
E, mesmo depois da instalação dos postos de cobrança, a
previsão contratual indica que
os motoristas precisarão de
muita paciência para conseguir
fazer uma viagem confortável.
Embora os reparos básicos
(como a conclusão do tapa-buracos e a reposição de placas)
sejam prometidos para até
meados de agosto (sob pena de
ser impedida de cobrar pedágio), a concessionária OHL diz
que, assim como a rodovia Fernão Dias (ligação São Paulo-Minas Gerais), a Régis só precisa obrigatoriamente ter pavimentação equivalente às boas
rodovias de SP em cinco anos.
O fluxo de veículos apenas no
trecho da estrada de chegada a
São Paulo chega a 30 mil/dia.
A Folha repetiu nos últimos
dias uma vistoria já feita em
dezembro de 2007 e janeiro de
2008 na mesma Régis, da capital paulista à divisa do Paraná.
As regiões mais complicadas
são variadas, com destaque para as proximidades de Barra do
Turvo (375 km de SP) e de Miracatu (180 km de SP). Alguns
trechos esburacados foram recuperados, outros remendados
-muitos, porém, sem sucesso.
"Não é recape, parece mais
uma folha de papel. No dia seguinte os buracos voltam de
novo", diz Adilson Bertoldo, 51,
borracheiro da beira da rodovia
e que segue satisfeito com as
oportunidades de trabalho.
Há duas semanas, Jair Gonçalves, 32, estava na estrada logo depois do tombamento de
um caminhão com madeira,
próximo da vila Tatu, em Cajati
(a 219 km de SP). "O motorista
me disse que tombou por causa
de um buraco. Foram seis acidentes seguidos", disse ele.
O serviço de atendimento
com guinchos a cargo da OHL
só começa a partir da metade
de agosto. Câmeras e telefones
de emergência, no fim do ano.
Nas curvas do sentido SP-PR, entre Cajati e Barra do
Turvo, a mesma erosão no asfalto do começo deste ano, de
20 m a 30 m de extensão, continua. Pior, ainda aumentou um
pouco e, desta vez, ocupa metade das três faixas de rolamento.
Em curvas perigosas entre
Juquitiba e Miracatu, as defensas metálicas amassadas, destruídas e enferrujadas revelam
insegurança e falta de proteção
para quem passa por ali.
De sete pontes ou viadutos
com fissuras, em cinco os problemas permanecem.
A melhoria mais visível é a
retirada de mato ao longo da
estrada, embora ainda haja trechos onde a sinalização siga encoberta pela vegetação.
As placas de orientação e
alerta estavam em condição
mais precária do que na última
visita da reportagem à rodovia,
no final de janeiro -seja pela
ausência delas ou pelas que estão caídas, sujas ou pichadas.
Segundo a OHL, ainda não
foram colocadas placas porque
a instalação exige levantamento, além da capina prévia.
A concessionária diz que, em
dois meses, quando está previsto o pedágio, deve ficar pronta
só a reposição das placas existentes antes da concessão. Em
pontos novos, só no fim do ano.
A concessão da Régis à iniciativa privada, como parte de
sete trechos federais leiloados
em 2007, ocorreu após anos de
críticas à precariedade da via.
A estrada receberá seis praças de pedágio, localizadas nos
kms 296 (Itapecerica da Serra),
368 (Miracatu), 427 (Registro),
485 (Cajati), 542 (Barra do
Turvo) e 56 (Campina Grande
do Sul). Cada um deles cobrará
uma tarifa por eixo que, em valores corrigidos, deve ficar próxima de R$ 1,40.
O valor será bastante inferior
ao cobrado nas rodovias concedidas pelo governo paulista.
Pela Régis, os motoristas deverão gastar menos de R$ 9 em
mais de 400 km do trajeto de
São Paulo até Curitiba (PR).
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