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NA ASSEMBLÉIA
Nelson Augustaitis foi o 1º denunciante a citar contato direto com ex-vereador
Testemunha narra conversa com Garib
da Reportagem Local
O comerciante Nelson Augustaitis foi a primeira testemunha ouvida pela Comissão de Ética da Assembléia Legislativa a narrar um
contato direto com o ex-vereador e
deputado estadual Hanna Garib
(suspenso do PPB). Ele prestou depoimento ontem aos deputados
que apuram a conduta de Garib.
Até então, as demais testemunhas ouvidas limitaram-se a confirmar a existência do esquema de
corrupção na Regional da Sé e declarar que foram informadas por
terceiros de que parte do dinheiro
iria para Hanna Garib.
Augustaitis confirmou à comissão o que já havia dito à polícia. Segundo ele, o então vereador participou de uma conversa na qual o
comerciante reclamava que, apesar de pagar semanalmente R$
2.000, seus carrinhos de cachorro-quente continuavam sendo
apreendidos pelos fiscais.
Três dias depois da conversa, segundo ele, seus carrinhos foram liberados sem multa e a propina semanal caiu para R$ 500.
A defesa de Garib se recusou a fazer perguntas a Augustaitis, alegando que suas acusações não figuravam na representação inicial
nem no relatório preliminar do deputado Elói Pietá (PT).
Em entrevista, Garib confirmou
ter encontrado Augustaitis casualmente na regional. Na ocasião, segundo o deputado, o comerciante
denunciou que estava sendo achacado. "Disse que não admitia uma
coisa como essa e falei para o administrador tomar providências."
Para os deputados Carlos Sampaio (PSDB) e Elói Pietá (PT), presidente e relator do conselho, respectivamente, o depoimento do
comerciante foi o mais contundente colhido até agora "porque é
o único que narra uma negociação
direta com o então vereador".
"O fato de os carrinhos terem sido liberados sem multa e o valor
exigido nas semanas seguintes ter
sido reduzido pode ser um forte
indício de influência do deputado
na regional", disse Pietá.
Além de Augustaitis, depôs o ex-office boy da Associação dos Comerciantes do Brás Daniel Ferreira
de Farias. Farias confirmou que arrecadava dinheiro entre os lojistas
e disse que ficou sabendo pela secretária da associação que parte da
verba financiava a retirada dos camelôs das ruas da região.
Os depoimentos ocorreram depois que Garib foi acareado com o
ambulante Afonso José da Silva,
que o acusa de ser o mandante do
atentado que sofreu. Ambos mantiveram tudo o que haviam declarado anteriormente.
Na acareação, o deputado chamou José da Silva de mentiroso
dez vezes, uma delas com o dedo
em riste. "Ele fica me olhando com
cara feia e colocando palavras na
minha boca", reclamou José da Silva ao presidente da comissão.
"Mais uma inverdade do sr.
Afonso", rebateu Garib.(SC)
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