São Paulo, Quarta-feira, 16 de Junho de 1999
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VOLTA AO TRABALHO
Vereadores votam pela 1ª vez desde CPI, mas só aprovam propostas de consenso
Câmara aprova projetos "perfumaria"

da Reportagem Local

Pela primeira vez desde o início da CPI da máfia da propina, a Câmara Municipal voltou a votar projetos. Mas os vereadores só aprovaram projetos de consenso entre todas as bancadas. Os polêmicos, que implicavam alguma discussão, foram adiados.
Pela manhã, uma reunião dos líderes de todos os partidos da Câmara definiu os 41 projetos que iriam para a pauta de votação.
Dos projetos, 18 foram aprovados em primeira votação e 12 em segunda. Os projetos aprovados pela primeira vez precisam ser votados de novo. Após a segunda votação, são enviados para a sanção do prefeito.
As maioria das 12 propostas aprovadas em segunda votação são "perfumaria", projetos sem grande relevância, como mudanças de nomes de ruas, obrigatoriedade de todos os bares possuírem banheiro e criação do primeiro Campeonato Municipal dos Atletas Deficientes Físicos.
Alguns projetos importantes foram aprovados, mas devem ser vetados pelo prefeito, pois são de autoria de vereadores de oposição. Entre eles estão o projeto de Salim Curiati (PPB), que cria cursos profissionalizantes a desempregados, e o do petista Adriano Diogo, que cria o Código Municipal de Saúde.
Se esses projetos forem realmente vetados, voltam à Câmara, que pode derrubar os vetos com os votos de 33 vereadores. Dos 18 projetos aprovados em primeira votação, a maioria também é perfumaria. Mas alguns se destacam, como o do vereador Dalton Silvano (PSDB), que prevê a indenização para donos de carros roubados ou furtados enquanto estiverem estacionados em zona azul.
Todos os projetos que despertavam alguma polêmica foram adiados para hoje.
A única discussão que ocorreu ontem foi sobre o projeto do vereador Jooji Hato (PMDB), que prevê o fechamento de todos os bares da cidade à 1h. Após debate, foi votado um substitutivo de Aldaíza Sposati (PT), que prevê a classificação dos bares por grau de risco aos clientes. Mas a votação ficou pendente, pois nenhum dos lados obteve maioria.
Para o líder do PPB, Paulo Frange, a votação comprovou que a CPI "impedia o trabalho da Câmara". "Foram votados projetos importantes, que estavam parados há muito tempo", afirmou.
Mas para Aldaíza Sposati, líder do PT, faltou qualidade à pauta de votação. "A Câmara saiu do marasmo, mas o cardápio de projetos era muito fraco."


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