São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DERROTA COLETIVA

Comandante diz que o tumulto foi inesperado e que efetivo de 350 homens foi o mesmo usado na Parada Gay

Número de PMs era suficiente, diz coronel

Lawrence Bodnar/Agência O Globo
Torcedor do São Paulo, em poste de semáforo na Paulista, é observado por policiais militares durante comemoração do tricampeonato


DA REPORTAGEM LOCAL

O comandante interino de policiamento da capital, coronel Isidro Suita Martinez, afirmou que os 350 PMs que faziam a segurança na avenida Paulista eram suficientes para atender o público estimado para as comemorações do tricampeonato do São Paulo.
Segundo ele, foi o mesmo efetivo usado na 9ª edição da Parada Gay, neste ano, que reuniu 1,8 milhão de pessoas na Paulista, segundo a própria PM. Para o coronel, não se podia prever o que aconteceu. "Foi uma coisa inesperada, focos de vândalos surgiram do nada. As pessoas se transformaram. Se não fosse a atuação da tropa, a destruição seria maior."
"A gente continha, [os grupos de vandalismo] parava e voltava", contou o coronel. Foram usadas bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Os escudos e cassetetes foram insuficientes para conter as pessoas que avançavam com pedras e barras de ferro.
Cerca de 90 homens do Batalhão de Choque foram chamados, mas só chegaram à Paulista por volta das 2h30, três horas após o início dos tumultos. A ação do grupo foi para liberar a avenida.
Procurado, o secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que quem falaria sobre a questão era o comando da PM na capital.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) mandou uma carta ao presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouveia, parabenizando-o. "O triunfo do São Paulo Futebol Clube nesta competição internacional é motivo de orgulho para o Estado de São Paulo", diz a nota, sem citar o tumulto.
Depois, Alckmin divulgou uma nota sobre a violência. "Lamento os episódios de vandalismo verificados após o jogo. Alegria não combina com violência. A Secretaria da Segurança deslocou todo o efetivo que estava no estádio para a avenida Paulista, mas, infelizmente, não conseguiu conter a violência. Houve prisões em flagrante, e a lei vai ser aplicada."
No Morumbi, cerca de mil torcedores tentaram invadir o estádio e foram controlados pela polícia. Quarenta pessoas foram detidas e 15 ficaram feridas, segundo a Polícia Militar. (LUÍSA BRITO)


Texto Anterior: Torcida festeja com vandalismo na Paulista
Próximo Texto: Quebra-quebras são comuns em outros países
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.