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DERROTA COLETIVA
Dono de banca de jornal afirma que perdas causadas pela destruição e pelos saques chegam a R$ 40 mil
Após ações, comércio contabiliza prejuízo
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem saber a quem recorrer para
pedir ajuda, comerciantes da avenida Paulista (região central) passaram o dia contabilizando os
prejuízos causados pela onda de
vandalismo realizada por torcedores na madrugada de ontem.
A destruição foi generalizada e
aconteceu da Consolação até o
Paraíso, atingindo agências bancárias, lojas, lanchonetes, bancas
de revista e prédios residenciais.
O interior da lanchonete Dom's
Lanches, nas proximidades da estação de Metrô Brigadeiro, parecia ter sido atingido por uma
bomba. Não havia um único vidro que não estivesse estilhaçado,
as cadeiras, também quebradas,
estavam jogadas no chão em meio
a uma bagunça de detritos. As
prateleiras vazias sinalizavam o
saque sofrido pelo comerciante.
"Não sobrou nada, nem uma
coisa para contar", disse o proprietário do local, Márcio Dantas
da Silva, 36. Sem recursos para reconstruir o estabelecimento, ele
não sabia quando poderia reabrir
a lanchonete.
Para o comerciante Cláudio
Betti, 71, o dia de ontem também
não foi agradável. Ele constatou
um prejuízo de R$ 40 mil. Sua
banca, teve a porta de ferro arrombada, as vitrines quebradas e
produtos saqueados. O computador, o estoque de cigarros, os cartões telefônicos, as pilhas e os
DVDs foram roubados.
Além dos gastos para recuperar
a banca, o comerciante também
terá que arcar com os dias parados, pois o local ficará sem funcionar por tempo indeterminado.
"Nunca vi isso. Acho que não foram torcedores, eles quebram,
mas não roubam", disse Betti, que
afirmou gostar de futebol, mas
não torcer para nenhum time.
A poucos metros dali, em outra
banca de jornal danificada, um
torcedor são-paulino comprava o
pôster do tricampeonato de seu
time e menosprezava a destruição
ocorrida na avenida. "Tem que
quebrar mesmo, somos campeões", afirmou o rapaz, que não
se identificou.
Na Spot Shoes, que fica na esquina da Paulista com a avenida
Brigadeiro Luís Antônio, só sobraram três dos 11 vidros que revestiam a vitrine. Foram precisos
15 funcionários para limpar todos
os cacos de vidro e a sujeira que ficaram no local.
Sapatos, bolsas, cintos e acessórios foram roubados. A loja só começou a funcionar depois do
meio-dia. A gerência do estabelecimento ainda não sabia quanto
teria que gastar para repor as vitrines e recompor o estoque.
Na loja Colombo, até a vitrine
do primeiro andar foi atingida
por pedras e garrafas de bebida. O
alarme instalado no interior do
estabelecimento disparou, mas só
serviu para registrar o horário da
quebradeira: 3h. Quando os seguranças chegaram ao local, não havia mais ninguém.
O prejuízo das vidraças foi estipulado entre R$ 15 e R$ 18 mil.
Valor que deve ser somar aos cerca de R$ 6 mil que deixaram de ser
faturados nas duas horas (das 9h
as 11h) que a loja ficou fechada para que pudesse ser feita a retirada
dos detritos. São-paulino, o gerente do local, Fábio Cruz, 29, disse que nem conseguiu comemorar o tricampeonato de seu time.
"Só fiquei indignado. Isso é coisa
de vândalos. Essas pessoas não
vieram para festejar", afirmou.
(LUÍSA BRITO)
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