São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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VIOLÊNCIA

Moradores viram luzes apagadas pouco antes do crime

Para vizinhos, morte em elevador foi premeditada por engenheiro

RENATO SANTIAGO
DO "AGORA"

Vizinhos do engenheiro Carlos Alberto Farhat, 61, acreditam que ele tenha premeditado o assassinato do estudante Luiz Raphael Ferreira de Castro de Campos Montes, 20. Montes foi morto na madrugada da última quarta-feira no elevador do edifício Vilina, onde morava, na Bela Vista (região central de São Paulo).
Farhat era vizinho do estudante. O crime foi filmado pelas câmeras do edifício -a gravação passa por análise do Instituito de Criminalística, que ainda não divulgou o resultado. O engenheiro teria fugido em um Peugeot 206 vermelho. Diferentemente do que a Folha publicou ontem, a arma achada em seu apartamento não foi a utilizada no assassinato.
Minutos antes do crime, uma moradora teria encontrado as luzes do saguão de entrada do corredor que leva ao elevador de serviço e da garagem do prédio apagadas. Antes de subir, ela teria acendido as luzes e visto Farhat.
"Na hora do crime, estava tudo apagado novamente. Ele deve ter desligado as luzes", afirma o síndico Marcos, que não quis dizer o sobrenome. "Pelo menos até agora não temos indícios de premeditação", diz a delegada Elisabete Sato, do 78º DP (Jardins), onde o assassinato foi registrado.
Ontem, a polícia ouviu três testemunhas. Anteontem à tarde, a irmã de Farhat foi ao edifício buscar sua mãe. A moradores, ela disse não saber onde estava o irmão, que continuava foragido até o fechamento desta edição.

Enterro
Cerca de 150 pessoas compareceram, na manhã de ontem, ao enterro do estudante. Entre amigos e parentes, estava no enterro um jovem de 15 anos, irmão da vítima. Ele chegara pouco antes ao Brasil, vindo de uma viagem a Orlando, nos Estados Unidos, Do aeroporto, foi direto ao cemitério.
"Ele só ficou sabendo da morte do irmão no carro, a caminho do enterro", diz o pai, Luiz de Campos Montes Filho. "Nós mandamos e-mail para os guias da excursão avisando que havia uma morte na família, mas ele não sabia que era o irmão", conta a tia Leonina Helena Ferreira de Castro, 55. Na mala do rapaz havia CDs e camisetas para o irmão.


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