São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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POLÍCIA

Primeira parceria foi acertada com a OAB São Paulo

Ouvidoria busca "parceiros" para criar postos avançados no interior

ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO

Para facilitar o acesso dos moradores do interior de São Paulo à Ouvidoria das Polícias Civil e Militar, o recém-nomeado ouvidor Antonio Funari Filho, 62, está criando "postos avançados" de atendimento, por meio de parcerias com entidades.
Hoje, segundo Funari, o atendimento da Ouvidoria está concentrado em São Paulo, apesar de 47,5% do efetivo das polícias Civil e Militar trabalharem no interior.
"A idéia justamente é interiorizar a Ouvidoria", disse Funari ontem, em visita a Ribeirão Preto.
A primeira parceria, firmada com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) São Paulo, será anunciada oficialmente na próxima semana. Instituições religiosas, como a Igreja Católica, e ONGs (organizações não-governamentais) ligadas aos direitos humanos também serão chamadas a participar, segundo Funari.
"Quando chegava qualquer denúncia à OAB que fosse competência de lá, fazíamos o encaminhamento. Isso era sem estimular. Agora, nós passaremos a divulgar essa parceria, estimulando as denúncias para que sejam encaminhadas às subseções da Ordem", afirmou o presidente da OAB do Estado, Luiz Flávio Borges D'Urso, 45. De acordo com o presidente, atualmente existem 216 subseções no Estado.
Representantes da Igreja Católica em Ribeirão Preto, como o padre Marcelo Duarte de Oliveira, conhecido como padre Agostinho, 74, acham uma boa idéia a parceria com a Ouvidoria. "Não só é possível [essa parceria] como é muito viável para quem tem o mesmo ideal de Justiça."
O ouvidor foi presidente da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, de 1995 a 2003, e do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), de 98 a 99.
A diretora-executiva da ONG de defesa dos direitos humanos Justiça Global, Sandra Carvalho, elogiou a indicação de Funari para a Ouvidoria e disse que o projeto é um sinal de "renascimento" da instituição em São Paulo.
"Indica que a Ouvidoria está se abrindo novamente para organizações e vai voltar a ser um instrumento importante que nós temos nessa área da segurança pública."


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