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Jardim Paulista se torna novo polo de culinária japonesa
Área nobre da zona oeste de SP tem 26 casas do gênero contra as 36 da Liberdade, tradicional bairro de japoneses
Público, de ocidentais
e jovens que lotam os restaurantes antes da balada, é diferente daquele que vai ao reduto nipônico
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os letreiros e os cardápios
são em português. Os salões são
decorados com cores fortes, luzes e espelhos. Sushiman e
atendentes não têm traços
orientais e ninguém saúda os
clientes com "Irashaimasse!".
Ainda assim, o Jardim Paulista,
área nobre da zona oeste, vem
se tornando o novo polo da culinária japonesa em São Paulo.
Apenas na alameda Campinas são seis restaurantes orientais, três deles inaugurados no
último ano. No total, a região
conta com ao menos 26 casas
do gênero, número alto mesmo
quando contraposto ao que
existe no tradicional bairro de
imigrantes japoneses da cidade, a Liberdade (centro), onde
há pelo menos 36 endereços.
Segundo donos de restaurantes japoneses do Jardim Paulista, o público é diferente daquele que frequenta o reduto nipônico. A clientela é majoritariamente ocidental e jovem, que
usa os restaurantes como ponto de encontro "pré-balada".
Fazem sucesso entre esses
adolescentes opções de comida
rápida como as temakerias, especializadas no cone feito de algas, arroz e recheios variados.
Desde março do ano passado, a
região ganhou ao menos três
casas do tipo. Na Temakeria e
Cia, na rua Oscar Freire, os jovens chegam a se aglomerar na
calçada durante a noite.
Já na hora do almoço, ainda
segundo donos de restaurantes
do local, imperam as "turmas
do escritório", gente que trabalha nas proximidades da avenida Paulista e prefere sair a pé
para almoçar.
No jantar, a frequência é formada tanto por moradores, que
também costumam chegar caminhando, quanto por quem
vive em outras áreas da cidade,
mas está acostumado a ir à região quando deseja comer fora.
"É um público bem exigente", diz Ricardo Tozetti, do Meu
Sushi, inaugurado em fevereiro. Para se diferenciar dos vizinhos, a casa criou cardápios
sem peixe cru, kosher, para esportistas e quem está de dieta.
Segundo Paulo França, do
Kiichi, aberto em abril, a concorrência local não o intimidou
quando decidiu abrir o restaurante. "A região vira referência,
isso é bom. Mas é preciso ser
melhor do que o que já existe."
O engenheiro Bruno Romanzini, 26, que costuma almoçar
nos Jardins, diz que, mesmo
com tantas opções, dá para sentir diferença entre elas. "Os
preços são parecidos, mas a
qualidade do peixe varia."
O administrador Roberto
Leivas, 34, que come em restaurante japonês uma vez por
semana, acha que, em termos
de qualidade, o Jardim Paulista
fica devendo para a Liberdade.
Já o psicólogo Ronaldo Machado, 53, que mora na Liberdade, prefere os restaurantes
da zona oeste. "Os do Jardim
Paulista têm uma preocupação
maior com a estética."
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