São Paulo, quinta-feira, 16 de julho de 2009

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Jardim Paulista se torna novo polo de culinária japonesa

Área nobre da zona oeste de SP tem 26 casas do gênero contra as 36 da Liberdade, tradicional bairro de japoneses

Público, de ocidentais e jovens que lotam os restaurantes antes da balada, é diferente daquele que vai ao reduto nipônico

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os letreiros e os cardápios são em português. Os salões são decorados com cores fortes, luzes e espelhos. Sushiman e atendentes não têm traços orientais e ninguém saúda os clientes com "Irashaimasse!". Ainda assim, o Jardim Paulista, área nobre da zona oeste, vem se tornando o novo polo da culinária japonesa em São Paulo.
Apenas na alameda Campinas são seis restaurantes orientais, três deles inaugurados no último ano. No total, a região conta com ao menos 26 casas do gênero, número alto mesmo quando contraposto ao que existe no tradicional bairro de imigrantes japoneses da cidade, a Liberdade (centro), onde há pelo menos 36 endereços.
Segundo donos de restaurantes japoneses do Jardim Paulista, o público é diferente daquele que frequenta o reduto nipônico. A clientela é majoritariamente ocidental e jovem, que usa os restaurantes como ponto de encontro "pré-balada".
Fazem sucesso entre esses adolescentes opções de comida rápida como as temakerias, especializadas no cone feito de algas, arroz e recheios variados. Desde março do ano passado, a região ganhou ao menos três casas do tipo. Na Temakeria e Cia, na rua Oscar Freire, os jovens chegam a se aglomerar na calçada durante a noite.
Já na hora do almoço, ainda segundo donos de restaurantes do local, imperam as "turmas do escritório", gente que trabalha nas proximidades da avenida Paulista e prefere sair a pé para almoçar.
No jantar, a frequência é formada tanto por moradores, que também costumam chegar caminhando, quanto por quem vive em outras áreas da cidade, mas está acostumado a ir à região quando deseja comer fora.
"É um público bem exigente", diz Ricardo Tozetti, do Meu Sushi, inaugurado em fevereiro. Para se diferenciar dos vizinhos, a casa criou cardápios sem peixe cru, kosher, para esportistas e quem está de dieta.
Segundo Paulo França, do Kiichi, aberto em abril, a concorrência local não o intimidou quando decidiu abrir o restaurante. "A região vira referência, isso é bom. Mas é preciso ser melhor do que o que já existe."
O engenheiro Bruno Romanzini, 26, que costuma almoçar nos Jardins, diz que, mesmo com tantas opções, dá para sentir diferença entre elas. "Os preços são parecidos, mas a qualidade do peixe varia."
O administrador Roberto Leivas, 34, que come em restaurante japonês uma vez por semana, acha que, em termos de qualidade, o Jardim Paulista fica devendo para a Liberdade.
Já o psicólogo Ronaldo Machado, 53, que mora na Liberdade, prefere os restaurantes da zona oeste. "Os do Jardim Paulista têm uma preocupação maior com a estética."


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