São Paulo, quinta, 16 de julho de 1998

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No Ceará, 700 estudantes aprovam greve

da Agência Folha

Pelo menos 700 estudantes da UFC (Universidade Federal do Ceará) aprovaram ontem uma greve dos próprios alunos a favor do cancelamento do primeiro semestre letivo e contra a reposição das aulas perdidas com a greve.
A diretoria do DCE (Diretório Central dos Estudantes) argumenta que a reposição -que começou na última segunda-feira e vai até 30 de setembro- segue um calendário absurdo.
Isso porque os professores, segundo o DCE, teriam de aplicar provas atrás de provas, com muito volume de matéria, e isso poderia ocasionar altos índices de reprovação e de abandono dos cursos.
"É o pacto da hipocrisia. Os professores fingem que dão aulas e nós fingimos que aprendemos", disse Francirene de Souza Paula, uma das diretoras do DCE.
As faculdades de direito, administração e medicina não aderiram à greve e querem a reposição.
Nas contas do DCE, 1.500 alunos participaram da assembléia ontem de manhã em frente à reitoria.
Segundo a Adufc (Associação Docente da Universidade Federal do Ceará), foram 1.100 alunos. Para a reitoria, apenas 700.
A reitoria tem posição contrária aos estudantes que referendaram a greve ontem.
O reitor Roberto Cláudio Frota Bezerra afirmou que a reitoria segue claramente a decisão do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão, que é da retomada das aulas.
O reitor considera "inadmissível" a decisão de "um grupo de 700 estudantes, que representa 5% do total de alunos, valer para todos (14.000 estudam na UFC)". "Quem faltar à aula, vai perder o semestre", disse Bezerra.
A Associação Docente da UFC decidiu pela continuidade do semestre.



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